Nosferatu (2024)
A brilhante versão de Eggers.
por Giovani Zanirati
Nosferatu (2024)
Direção: Robert Eggers
Roteiro: Robert Eggers, Henrik Galeen
País: Estados Unidos
Nota: 09/10
Ao longo dos anos, Nosferatu (1922), dirigido por F.W. Murnau, consolidou-se como um marco incontestável na história do cinema mundial, sendo considerado um dos filmes mais significativos de todos os tempos. Seu lançamento não apenas revolucionou o gênero de terror, mas também marcou a definição do arquétipo do vampiro no cinema, apresentando a figura mítica de maneira inovadora, por meio de uma adaptação não autorizada da obra de Bram Stoker. A história de Nosferatu, que altera nomes e detalhes do enredo, incluindo a transformação do Conde Drácula em Orlok, gerou um famoso embate jurídico que resultou no confisco e destruição de muitas cópias do filme. No entanto, algumas sobreviveram, e é graças a essa preservação que Nosferatu se mantém como um ícone do cinema até os dias de hoje.
Sempre me senti profundamente impressionado pelo impacto que esse filme teve na evolução do cinema. Sua atmosfera sombria e a presença aterradora do Conde Orlok, magistralmente interpretado por Max Schreck, criaram um modelo imbatível para várias produções subsequentes. A imagem do monstro, com seu aspecto cadavérico e seus movimentos grotescos, permanece como um dos maiores exemplos de como o cinema pode utilizar o visual para evocar o medo. Esse legado não apenas influenciou cineastas da época, mas também se mostrou uma poderosa fonte de inspiração para diretores contemporâneos, como Robert Eggers, que, em 2024, fez uma brilhante releitura da obra original.
O trabalho de Eggers, especialmente após o impacto de sua direção em A Bruxa (2015), sempre vem acompanhado de grande espectativa. Ao saber que ele estava adaptando Nosferatu, fiquei ansioso para ver como ele traria uma visão inovadora para a história sem comprometer a essência do original. Sua versão vai além de uma mera cópia ou adaptação superficial. Eggers consegue manter o espírito gótico e macabro do trabalho de Murnau, ao mesmo tempo em que mergulha na complexidade psicológica dos personagens, explorando subtextos contemporâneos com qualidade.
A trama segue a premissa do livro de Stoker e do filme de Murnau, mas com um toque distintivo que se reflete no estilo visual e nos temas abordados. A história, como é tradição, gira em torno do encontro entre Thomas Hutter (Nicholas Hoult) e o Conde Orlok (Bill Skarsgård), e da relação sombria que se desenvolve com sua esposa Ellen (Lilly- Rose Depp). Contudo, a obra de Eggers se destaca pela forma como introduz o horror psicológico, criando uma atmosfera de tensão e ansiedade desde o início, com os pesadelos de Ellen e a natureza enigmática do próprio Orlok.
Sempre me senti profundamente impressionado pelo impacto que esse filme teve na evolução do cinema. Sua atmosfera sombria e a presença aterradora do Conde Orlok, magistralmente interpretado por Max Schreck, criaram um modelo imbatível para várias produções subsequentes. A imagem do monstro, com seu aspecto cadavérico e seus movimentos grotescos, permanece como um dos maiores exemplos de como o cinema pode utilizar o visual para evocar o medo. Esse legado não apenas influenciou cineastas da época, mas também se mostrou uma poderosa fonte de inspiração para diretores contemporâneos, como Robert Eggers, que, em 2024, fez uma brilhante releitura da obra original.
O trabalho de Eggers, especialmente após o impacto de sua direção em A Bruxa (2015), sempre vem acompanhado de grande espectativa. Ao saber que ele estava adaptando Nosferatu, fiquei ansioso para ver como ele traria uma visão inovadora para a história sem comprometer a essência do original. Sua versão vai além de uma mera cópia ou adaptação superficial. Eggers consegue manter o espírito gótico e macabro do trabalho de Murnau, ao mesmo tempo em que mergulha na complexidade psicológica dos personagens, explorando subtextos contemporâneos com qualidade.
A trama segue a premissa do livro de Stoker e do filme de Murnau, mas com um toque distintivo que se reflete no estilo visual e nos temas abordados. A história, como é tradição, gira em torno do encontro entre Thomas Hutter (Nicholas Hoult) e o Conde Orlok (Bill Skarsgård), e da relação sombria que se desenvolve com sua esposa Ellen (Lilly- Rose Depp). Contudo, a obra de Eggers se destaca pela forma como introduz o horror psicológico, criando uma atmosfera de tensão e ansiedade desde o início, com os pesadelos de Ellen e a natureza enigmática do próprio Orlok.
Além disso, o filme é eficaz ao destacar como a sombra do vilão permeia todos os aspectos da vida dos personagens, algo claramente evidenciado nas cenas no castelo, um local onde o medo é palpável. Embora eu tenha uma preferência por algumas interpretações de Orlok, como a de Max Schreck ou até mesmo a de Gary Oldman em Drácula (1992), reconheço o esforço monumental de Eggers em construir uma estética visual que torna o personagem de Bill Skarsgård — interpretando Orlok na versão de 2024 — igualmente ameaçador.
Eggers equilibra habilmente a homenagem ao clássico de 1922 com uma abordagem moderna. O filme, conforme apontado pelo Plano Crítico, apresenta uma atmosfera febril e opressiva, que vai além dos sustos tradicionais, abordando também temas mais profundos, como abuso psicológico e controle emocional. Estes são temas que não só se encaixam perfeitamente na narrativa, mas também tornam a obra mais relevante para o público contemporâneo, abordando questões que afetam as dinâmicas sociais e interpessoais atuais.
O elenco é satisfatório e contribui para a imagem da obra. Lilly- Rose Depp encarna uma excelente figura feminina de força, e de forma sútil, demonstrando sua capacidade de escolher a luta, pelo seu destino e, também, de seu marido. Enquanto isso, Nicholas entrega o máximo diante um roteiro que aos poucos vai tirando seu impacto na trama em oposição a personagem de Lilly. Dafoe, apesar do pouco tempo em tela, consegue se destacar como Albin Eberhart. O mesmo vale para Bill, que se caracteriza como um ator para papéis excêntricos, ameaçadores e com uma pesada maquiagem.
Em resumo, a versão é um grande sucesso, tanto como adaptação do clássico de 1922 quanto como uma obra independente. Reflete a habilidade de Eggers em criar uma narrativa de terror que explora não apenas o sobrenatural, mas também as complexidades psicológicas e sociais da condição humana. O filme é uma imersão profunda no medo e na obsessão, sendo, sem dúvida, uma das produções mais impactantes dos últimos anos.
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