Gladiador 2 (2024)
A esperada sequência e seus desafios.
por Giovani Zanirati.
Gladiador 2 (2024)
Direção: Ridley Scott
Roteiro: David Scarpa, Peter Craig
PaÃs: Reino Unido/Estados Unidos
Nota: 08/10
Direção: Ridley Scott
Roteiro: David Scarpa, Peter Craig
PaÃs: Reino Unido/Estados Unidos
Nota: 08/10
Lançado em 2000, Gladiador, de Ridley Scott, é amplamente considerado um dos maiores épicos cinematográficos da história recente, especialmente por sua habilidade em retratar a Roma Antiga e seus temas atemporais. O filme alcançou um sucesso estrondoso, o que gerou grandes expectativas para uma sequência. No entanto, os planos iniciais incluÃam propostas controversas, como a ressurreição de Máximus (Russell Crowe), que retornaria do purgatório. Felizmente, tais ideias não foram adiante. Vinte e quatro anos depois, a tão aguardada sequência, novamente dirigida pelo incansável Scott, foi finalmente lançada, gerando enorme expectativa entre os fãs, embora muitos questionassem a necessidade de um novo filme, considerando-o uma obra "que ninguém pediu".
Quem tem o primeiro filme em mente certamente notará várias semelhanças na estrutura da sequência. Ou seja, não será surpreendido. Embora o desenvolvimento dos personagens tenha sofrido algumas mudanças pontuais e o foco na trama polÃtica se torna ainda mais evidente - algo que era mais sutil no original, basicamente, se trata de um filme (muito) parecido. Para compreender melhor a comparação, é necessário relembrar a narrativa de Gladiador (2000).
Quem tem o primeiro filme em mente certamente notará várias semelhanças na estrutura da sequência. Ou seja, não será surpreendido. Embora o desenvolvimento dos personagens tenha sofrido algumas mudanças pontuais e o foco na trama polÃtica se torna ainda mais evidente - algo que era mais sutil no original, basicamente, se trata de um filme (muito) parecido. Para compreender melhor a comparação, é necessário relembrar a narrativa de Gladiador (2000).
Máximus, o general romano cansado de batalhas, lidera seu exército em uma guerra decisiva contra os bárbaros. Após uma vitória crucial, seu desejo era retornar à sua casa e viver com sua esposa e filho pequeno. Contudo, a crise polÃtica do império culmina na nomeação do general como sucessor do imperador Marco Aurélio (Richard Harris). Perto da morte, o imperador desejava a transição do poder para o Senado. No entanto, o cruel filho de Marco Aurélio, Cômodo (Joaquin Phoenix), assassina o pai e assume o trono de Roma. Em um ato de vingança, o novo imperador manda matar a famÃlia de Maximus, que, após ser capturado e vendido como escravo, busca redenção e vingança nas arenas como gladiador. Através dessa trama, temas como polÃtica, honra, e vingança se entrelaçam, servindo como pano de fundo para as memoráveis batalhas que ocorrem nas arenas romanas.
Agora, em Gladiador 2, a história se desloca para a nova geração, com o personagem Lucius (Paul Mescal), filho de Lucilla (Connie Nielsen) e Maximus - algo, que, particularmente, não pareceu orgânico. Ele testemunha a queda de seu exército e a morte de sua amada nas mãos do general romano Acacius (Pedro Pascal). Capturado, Lucius se torna gladiador sob o comando de um novo lÃder, Macrinus (Denzel Washington). Seu objetivo, tal como o de seu pai, é a vingança, embora com uma carga dramática consideravelmente mais leve. Enquanto isso, em Roma, Acacius tenta, sem sucesso, interromper as batalhas, ciente da corrupção e tirania que dominam o império. As semelhanças, então, com o enredo do primeiro filme são claras, com as mesmas caracterÃstica marcante do filme original.
Roma não abandonou sua estrutura imperial, conforme era imaginado no primeiro filme devido as manipulações históricas do enredo. Em vez disso, dois jovens tiranos, Geta (Joseph Quinn) e Caracalla (Fred Hechinger), assumem o poder, e o Senado permanece submisso à sua autoridade. Nesse cenário, Lucilla é forçada a deixar seu filho para garantir a sobrevivência do jovem - ele se tornaria Lucius, o novo gladiador. Ou seja, os objetivos de Maximus não foram completamente realizados, e a missão de salvar Roma acaba sendo transferida para o garoto, um herói que, sem conhecer suas próprias origens, segue o exemplo de seu pai.
O roteiro de Gladiador 2 tenta equilibrar o drama pessoal de Lucius com as complexas intrigas polÃticas de Roma. Embora o filme se concentre no crescimento do novo protagonista, ele também aprofunda personagens importantes que atuam no contexto polÃtico romano. O grande desafio da sequência era manter a essência do original, ao mesmo tempo em que apresentava algo novo. Isso é alcançado parcialmente, com a conexão emocional preservada, embora alguns diálogos e escolhas de desenvolvimento pareçam mais previsÃveis.
Agora, em Gladiador 2, a história se desloca para a nova geração, com o personagem Lucius (Paul Mescal), filho de Lucilla (Connie Nielsen) e Maximus - algo, que, particularmente, não pareceu orgânico. Ele testemunha a queda de seu exército e a morte de sua amada nas mãos do general romano Acacius (Pedro Pascal). Capturado, Lucius se torna gladiador sob o comando de um novo lÃder, Macrinus (Denzel Washington). Seu objetivo, tal como o de seu pai, é a vingança, embora com uma carga dramática consideravelmente mais leve. Enquanto isso, em Roma, Acacius tenta, sem sucesso, interromper as batalhas, ciente da corrupção e tirania que dominam o império. As semelhanças, então, com o enredo do primeiro filme são claras, com as mesmas caracterÃstica marcante do filme original.
Roma não abandonou sua estrutura imperial, conforme era imaginado no primeiro filme devido as manipulações históricas do enredo. Em vez disso, dois jovens tiranos, Geta (Joseph Quinn) e Caracalla (Fred Hechinger), assumem o poder, e o Senado permanece submisso à sua autoridade. Nesse cenário, Lucilla é forçada a deixar seu filho para garantir a sobrevivência do jovem - ele se tornaria Lucius, o novo gladiador. Ou seja, os objetivos de Maximus não foram completamente realizados, e a missão de salvar Roma acaba sendo transferida para o garoto, um herói que, sem conhecer suas próprias origens, segue o exemplo de seu pai.
O roteiro de Gladiador 2 tenta equilibrar o drama pessoal de Lucius com as complexas intrigas polÃticas de Roma. Embora o filme se concentre no crescimento do novo protagonista, ele também aprofunda personagens importantes que atuam no contexto polÃtico romano. O grande desafio da sequência era manter a essência do original, ao mesmo tempo em que apresentava algo novo. Isso é alcançado parcialmente, com a conexão emocional preservada, embora alguns diálogos e escolhas de desenvolvimento pareçam mais previsÃveis.
A performance de Paul Mescal é sólida, trazendo uma camada de complexidade ao personagem, mas a sombra de Russell Crowe ainda paira sobre o filme, tornando sua ausência um desafio difÃcil de superar. Por outro lado, a atuação de Denzel Washington é convincente, mas seu personagem poderia ter sido mais desenvolvido para se tornar um antagonista à altura de Cômodo, interpretado por Joaquim Phoenix.
A visão de Ridley Scott, uma vez mais, nos transporta com uma precisão visual impressionante na direção, recriando a cidade e suas batalhas de forma ainda mais grandiosa. A direção de arte, figurinos e cenários continuam a impressionar, levando o espectador a uma imersão profunda na época. O uso de CGI é equilibrado e não excessivo, o que preserva o realismo da obra, e as cenas de batalha, com suas coreografias intensas, evocam o espÃrito do primeiro filme, mantendo a tensão e a magnitude das lutas nas arenas romanas. Apesar dos desafios enfrentados pela sequência, ela consegue, de certa forma, manter a grandiosidade do original, sem perder de vista as emoções universais dos personagens.
Por fim, Gladiador 2 é uma obra que certamente está dividindo a opinião dos fãs, mas sem cair na mesmice do oito ou oitenta. Para aqueles que, por exemplo, pretendem permanecer em sua zona de conforto, sem grandes alterações no enredo original, certamente vai apreciar as tramas polÃticas, as excelentes cenas de tirar o fôlego e o cenário formidável. Mas, sem dúvidas, os avanços não são tão significativos e, por consequência, não consegue sair necessariamente das sombras do original. Resta é esperar pelas novas sequências em torno do nosso protagonista.
A visão de Ridley Scott, uma vez mais, nos transporta com uma precisão visual impressionante na direção, recriando a cidade e suas batalhas de forma ainda mais grandiosa. A direção de arte, figurinos e cenários continuam a impressionar, levando o espectador a uma imersão profunda na época. O uso de CGI é equilibrado e não excessivo, o que preserva o realismo da obra, e as cenas de batalha, com suas coreografias intensas, evocam o espÃrito do primeiro filme, mantendo a tensão e a magnitude das lutas nas arenas romanas. Apesar dos desafios enfrentados pela sequência, ela consegue, de certa forma, manter a grandiosidade do original, sem perder de vista as emoções universais dos personagens.
Por fim, Gladiador 2 é uma obra que certamente está dividindo a opinião dos fãs, mas sem cair na mesmice do oito ou oitenta. Para aqueles que, por exemplo, pretendem permanecer em sua zona de conforto, sem grandes alterações no enredo original, certamente vai apreciar as tramas polÃticas, as excelentes cenas de tirar o fôlego e o cenário formidável. Mas, sem dúvidas, os avanços não são tão significativos e, por consequência, não consegue sair necessariamente das sombras do original. Resta é esperar pelas novas sequências em torno do nosso protagonista.
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