Thor: O Mundo Sombrio (2013)

Thor: O Mundo Sombrio (2013)

Thor e o mundo monótono.

por Giovani Zanirati. 



Thor: O Mundo Sombrio (2013)
Direção: Alan Taylor
Roteiro: Christopher Yost, Christopher Markus, Stephen McFeely
País: Estados Unidos
Nota: 06/10

A fase 1 do Universo Cinematográfico Marvel (UCM) foi um marco ao reunir alguns dos principais heróis da editora em produções bem-procedidas, culminando no clássico Os Vingadores (2012). Apesar das expectativas iniciais, o resultado foi satisfatório, consolidando a popularidade dos heróis e conquistando um público global. A partir desse momento, a Marvel Studios parecia ter encontrado uma fórmula estável para expandir seu universo. Já na Fase 2, o foco permaneceu nos personagens introdutórios, com exceção do Hulk, cujo filme solo não recebeu sequências, devido a questões contratuais com a Universal Pictures. A fase teve início com o controverso Homem de Ferro 3 (2013). Embora o longa tenha alcançado uma excelente bilheteria, foi alvo de críticas tanto por especialistas quanto pelo público geral. Essa polarização continuou com Thor: O Mundo Sombrio (2013), que, apesar de alguns acertos, não conseguiu superar as expectativas criadas por seus antecessores.

Após os eventos de seu filme solo e sua participação em Os Vingadores, Thor (Chris Hemsworth) retorna para enfrentar novos desafios. Dessa vez, o enredo explora as consequências das batalhas passadas e introduz elementos importantes para o futuro do UCM, como as Joias do Infinito. Na trama, Thor e Loki (Tom Hiddleston) seguem caminhos distintos. Loki, capturado após causar o caos na Terra, é levado a Asgard para enfrentar seu julgamento. O personagem, marcado por ressentimentos e uma busca velada por aceitação, apresenta uma complexidade que equilibra momentos de drama e humor. Enquanto isso, Thor, agora mais maduro, dedica-se a restaurar a paz nos Nove Reinos. Contudo, o retorno de um antigo inimigo, Malekith (Christopher Eccleston), que no passado foi derrotado por Borr (pai de Odin), ameaça mergulhar o universo na escuridão durante a Convergência, um raro alinhamento cósmico.

Enquanto isso, Jane Foster (Natalie Portman), em suas investigações científicas em Londres, acaba entrando em contato com o Éter, uma força primordial que Malekith deseja usar para concretizar seus planos destrutivos. Dessa forma, ocorre uma interessante diversidade das batalhas em vários reinos, com destaque para Asgard com alguns momentos na Terra. Além disso, a morte de um personagem importante turbina o nível dramático do filme. Assim, o herói precisa recorrer ao próprio irmão para proteger a amada e impedir que o Elfo realize seus planos destrutivos. Justiça e vingança se unem neste embate.

Entre os acertos, destaca-se o visual deslumbrante de Asgard, que recebeu um design ainda mais detalhado e imersivo. A expansão do universo dos Nove Reinos e os efeitos visuais também são pontos positivos. Além disso, a interação entre Thor e Loki mantém a qualidade, sendo um dos aspectos mais elogiados pelos fãs. Hiddleston, mais uma vez, entrega uma performance cativante, roubando a cena em várias ocasiões. Por outro lado, o filme peca em diversos aspectos. O vilão Malekith é amplamente criticado por suas motivações rasas e por uma performance apagada de Eccleston, resultando em um antagonista genérico e pouco memorável. A dinâmica entre Thor e Jane Foster também carece de profundidade. Comparada às relações desenvolvidas por outros protagonistas do UCM, a dupla parece descompassada, limitando o impacto emocional do romance.

Thor: O Mundo Sombrio é, inegavelmente, um dos filmes mais controversos do UCM. Enquanto oferece momentos de entretenimento e avanços no arco de Thor, falha em elevar significativamente a relevância do personagem dentro do universo compartilhado. A obra, marcada por uma mistura de gêneros como ação, aventura e drama, encontra dificuldade em se destacar devido à sua abordagem genérica e um vilão subaproveitado. Ainda assim, o filme serve como uma ponte importante para eventos futuros, principalmente ao introduzir o Éter, mais tarde revelado como uma das Joias do Infinito. A evolução de Thor como personagem, de um guerreiro impulsivo a um líder respeitável, é outro ponto que merece reconhecimento, ainda que isso só se consolidasse em Thor: Ragnarok (2017). É uma experiência divertida para os fãs, mas que dificilmente será lembrada como um dos grandes destaques do UCM.

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