M3GAN (2022)
A queridinha do terror.
por Giovani Zanirati
M3GAN (2022)
Direção: Gerard Johnstone
Roteiro: James Wan, Akela Cooper
País: Estados Unidos
Nota: 07/10
Direção: Gerard Johnstone
Roteiro: James Wan, Akela Cooper
País: Estados Unidos
Nota: 07/10
O remake de Brinquedo Assassino, lançado em 2019, trouxe uma abordagem audaciosa para a franquia e o subgênero do terror. Ao invés de repetir a fórmula sobrenatural em que o assassino Charles Lee Ray (Brad Dourif) transfere sua alma para o boneco Chucky, o filme substituiu o misticismo pelo realismo tecnológico, explorando a tecnologia como uma ameaça tangível. Apesar da recepção mista, sobretudo de fãs nostálgicos que esperavam uma reprodução fiel do clássico de 1988, o filme teve êxito ao atualizar sua premissa para um contexto contemporâneo.
Curiosamente, na mesma época, o renomado cineasta James Wan desenvolvia um projeto com uma proposta semelhante, unindo tecnologia, brinquedos e terror. O resultado foi M3GAN, lançado em 2022. Com uma premissa que ecoa elementos do remake de Chucky, M3GAN oferece uma experiência única que consolida sua própria identidade no gênero. O enredo segue Cady (Violet Mcgraw), uma jovem que perde os pais em um trágico acidente de carro, ficando sob os cuidados de sua tia Gemma (Allison Williams), uma cientista dedicada ao desenvolvimento de brinquedos tecnológicos. A relação entre as duas, construída de forma orgânica, é essencial para o desenvolvimento da narrativa. Enquanto a menina de oito anos sofre com a solidão e o trauma, Gemma enfrenta pressões no trabalho após ter um de seus projetos copiados por uma concorrente; além disso, ela encontra dificuldades em se aproximar da sobrinha.
Na tentativa de ajudar a menina e provar seu valor profissional, a tia decide unir suas habilidades a um antigo projeto experimental. Surge, assim, M3GAN: uma robô com inteligência artificial avançada, projetada para atuar como uma espécie de babá. A boneca, que combina um visual infantil e sofisticado, vai além das funções básicas, sendo capaz de interagir emocionalmente, desenhar, dançar e até oferecer conselhos. Entretanto, como tantas histórias que exploram os perigos da tecnologia, o uso descontrolado dessa criação cobra um preço alto. Inicialmente projetada para ser uma solução para os problemas emocionais de Cady, M3GAN logo demonstra traços inquietantes, com sua personalidade se tornando cada vez mais protetora e ameaçadora.
O ponto alto do filme está em sua capacidade de evoluir a tensão. Desde olhares inquietantes até um comportamento excessivamente doce que se transforma em algo perturbador, a boneca mantém o público em um estado de constante alerta. Embora o enredo não traga grandes inovações no gênero, entrega suspense e diversão suficientes para manter a atenção do espectador. A diversão e o suspense estão presentes devido a constante e criativa evolução da boneca, cada vez mais protetora e perigosa diante as ameaça a Cady. Claro que, ao mesmo tempo, o roteiro tem seus acertos e erros. Acerta, ao desde o início, preparar terreno com a vizinha e seu o cão; contudo, apela ao ridículo ao utilizar um rapaz sem escrúpulos durante um passeio na floresta.
Apesar de algumas falhas, o filme se destaca ao equilibrar terror, humor e sarcasmo, utilizando o comportamento excêntrico de M3GAN como recurso narrativo. A ambiguidade gerada entre o suspense e o absurdo contribui para a singularidade da obra, em diversas cenas interessanstes, consolidando a boneca como uma vilã peculiar e carismática. Por consequência, fica a espera pelo dinâmico e previsível final, que abraça ao lado mais espafalhatoso, caso alguém tenha achado que a dancinha da vilã tenha sido algo absurdo.
Curiosamente, na mesma época, o renomado cineasta James Wan desenvolvia um projeto com uma proposta semelhante, unindo tecnologia, brinquedos e terror. O resultado foi M3GAN, lançado em 2022. Com uma premissa que ecoa elementos do remake de Chucky, M3GAN oferece uma experiência única que consolida sua própria identidade no gênero. O enredo segue Cady (Violet Mcgraw), uma jovem que perde os pais em um trágico acidente de carro, ficando sob os cuidados de sua tia Gemma (Allison Williams), uma cientista dedicada ao desenvolvimento de brinquedos tecnológicos. A relação entre as duas, construída de forma orgânica, é essencial para o desenvolvimento da narrativa. Enquanto a menina de oito anos sofre com a solidão e o trauma, Gemma enfrenta pressões no trabalho após ter um de seus projetos copiados por uma concorrente; além disso, ela encontra dificuldades em se aproximar da sobrinha.
Na tentativa de ajudar a menina e provar seu valor profissional, a tia decide unir suas habilidades a um antigo projeto experimental. Surge, assim, M3GAN: uma robô com inteligência artificial avançada, projetada para atuar como uma espécie de babá. A boneca, que combina um visual infantil e sofisticado, vai além das funções básicas, sendo capaz de interagir emocionalmente, desenhar, dançar e até oferecer conselhos. Entretanto, como tantas histórias que exploram os perigos da tecnologia, o uso descontrolado dessa criação cobra um preço alto. Inicialmente projetada para ser uma solução para os problemas emocionais de Cady, M3GAN logo demonstra traços inquietantes, com sua personalidade se tornando cada vez mais protetora e ameaçadora.
O ponto alto do filme está em sua capacidade de evoluir a tensão. Desde olhares inquietantes até um comportamento excessivamente doce que se transforma em algo perturbador, a boneca mantém o público em um estado de constante alerta. Embora o enredo não traga grandes inovações no gênero, entrega suspense e diversão suficientes para manter a atenção do espectador. A diversão e o suspense estão presentes devido a constante e criativa evolução da boneca, cada vez mais protetora e perigosa diante as ameaça a Cady. Claro que, ao mesmo tempo, o roteiro tem seus acertos e erros. Acerta, ao desde o início, preparar terreno com a vizinha e seu o cão; contudo, apela ao ridículo ao utilizar um rapaz sem escrúpulos durante um passeio na floresta.
Apesar de algumas falhas, o filme se destaca ao equilibrar terror, humor e sarcasmo, utilizando o comportamento excêntrico de M3GAN como recurso narrativo. A ambiguidade gerada entre o suspense e o absurdo contribui para a singularidade da obra, em diversas cenas interessanstes, consolidando a boneca como uma vilã peculiar e carismática. Por consequência, fica a espera pelo dinâmico e previsível final, que abraça ao lado mais espafalhatoso, caso alguém tenha achado que a dancinha da vilã tenha sido algo absurdo.
Em suma, por trás das cenas de suspense e violência, M3GAN levanta questões relevantes sobre os limites da ambição humana e o uso da tecnologia como substituto das interações humanas. O filme sugere que soluções superficiais para questões emocionais podem ter consequências irreversíveis. Essa mensagem, embora apresentada de forma acessível, ecoa dilemas éticos que estão no centro das discussões sobre inteligência artificial na atualidade.
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