Halloween H20 – Vinte Anos Depois (1998).
O retorno do embate entre Michael Myers e Laurie Strode.
Halloween H20 – Vinte Anos Depois (1998)
Direção: Steve Miner
Roteiro: Robert Zapia, Matt Greenberg
País: Estados Unidos
Nota: 08/10
Direção: Steve Miner
Roteiro: Robert Zapia, Matt Greenberg
País: Estados Unidos
Nota: 08/10
Após o fracasso comercial e de crítica de Halloween 6: A Última Vingança (1995), a franquia de Halloween parecia estar em um caminho sem volta. Embora houvesse interesse em continuar a trama da “maldição” de Michael Myers, a escolha se mostrou mais simples e, ao mesmo tempo, adequada para reviver a série. Com o retorno icônico de Jamie Lee Curtis, que desejava celebrar os vinte anos de Halloween: A Noite do Terror (1978), a nova história segue diretamente os dois primeiros filmes, ignorando os eventos de Halloween 4, 5 e 6. Assim, surge Halloween H20: Vinte Anos Depois (1998).
Antes de explorar o enredo de Halloween H20, é importante destacar a relevância de Pânico (1996), de Wes Craven, e seu papel no renascimento do slasher. Nos anos 90, o gênero estava saturado por produções esquecíveis, mas o clássico de Gosthface trouxe uma abordagem renovada, com terror autoconsciente e uso inteligente de metalinguagem. Embora Halloween tenha servido de inspiração para Pânico, H20 também se beneficiou do sucesso desse "filho" do terror. Kevin Williamson, roteirista de Pânico, descreveu o filme como uma "carta de amor" ao clássico de Carpenter e Hill.
Embora H20 tenha sido planejado antes do filme de Craven, é inegável que o novo trabalho aproveitou o êxito desse renascimento do slasher. Com Williamson participando no desenvolvimento criativo e com a promoção pela Dimension Films, a mesma distribuidora do filme mencionado, Halloween H20 se passa duas décadas após a suposta morte de Michael Myers. Ele retorna para encontrar Laurie Strode (Curtis), que forjou sua morte e vive em outra cidade sob o nome falso de Keri Tate, agora como diretora de uma escola.
O confronto entre Laurie e Michael Myers é o ponto central de H20. Sem a presença do lendário Dr. Loomis (devido ao falecimento de Donald Pleasence), Laurie assume o protagonismo completo. A personagem agora é mais complexa e madura, carregando traumas e vícios, incluindo alcoolismo, que afetam seu relacionamento com o filho, John Tate (Josh Hartnett). Vale notar que, ao ignorar os eventos dos filmes anteriores, H20 descarta a existência de Jamie Lloyd, apresentada em Halloween 4.
A dinâmica do filme é eficaz ao explorar a perseguição de Michael, mesclando referências ao primeiro Halloween e à abordagem moderna de Pânico. Apesar de alguns clichês do gênero, o roteiro foca em personagens bem construídos, afastando elementos secundários que poderiam ser desnecessários. A escolha de um ambiente escolar praticamente vazio intensifica a tensão e simplicidade, características que remetem ao clássico original.
Halloween H20 equilibra o suspense de forma cuidadosa. A direção constrói tensão nas cenas de perseguição, diminuindo a violência gratuita e focando no impacto emocional. Ao longo do filme, ocorrem apenas seis mortes, um número menor em comparação com os trabalhos anteriores, o que enfatiza a qualidade sobre a quantidade. O confronto final entre Laurie e Michael é um dos pontos altos, com um desfecho que explora a evolução da protagonista, agora determinada a caçar seu algoz.
O filme ainda reserva espaço para o humor, especialmente com a presença do guarda Ronald Jones (L.l Cool J), cuja trajetória traz um alívio cômico bem-vindo. A nostalgia também é um elemento essencial: em um momento marcante para os fãs do gênero, Jamie Lee Curtis contracena com sua mãe, Janet Leigh, a icônica Marion Crane de Psicose. O breve diálogo entre as duas adiciona uma camada de emoção e rende um tributo ao legado do terror, mostrando a sensibilidade do roteiro e da direção.
Halloween H20 entrega um final coerente e potente, pensado para encerrar a franquia com dignidade. Todos os envolvidos na produção acreditavam nisso – todos, exceto Moustapha Akkad. Sempre insatisfeito com o fechamento, e querendo ainda mais, Akkad optou por lançar uma sequência em 2002, Halloween: Ressurreição, que, tirando seus minutos iniciais, é considerada por muitos como uma das entradas mais desnecessárias da série.
Antes de explorar o enredo de Halloween H20, é importante destacar a relevância de Pânico (1996), de Wes Craven, e seu papel no renascimento do slasher. Nos anos 90, o gênero estava saturado por produções esquecíveis, mas o clássico de Gosthface trouxe uma abordagem renovada, com terror autoconsciente e uso inteligente de metalinguagem. Embora Halloween tenha servido de inspiração para Pânico, H20 também se beneficiou do sucesso desse "filho" do terror. Kevin Williamson, roteirista de Pânico, descreveu o filme como uma "carta de amor" ao clássico de Carpenter e Hill.
Embora H20 tenha sido planejado antes do filme de Craven, é inegável que o novo trabalho aproveitou o êxito desse renascimento do slasher. Com Williamson participando no desenvolvimento criativo e com a promoção pela Dimension Films, a mesma distribuidora do filme mencionado, Halloween H20 se passa duas décadas após a suposta morte de Michael Myers. Ele retorna para encontrar Laurie Strode (Curtis), que forjou sua morte e vive em outra cidade sob o nome falso de Keri Tate, agora como diretora de uma escola.
O confronto entre Laurie e Michael Myers é o ponto central de H20. Sem a presença do lendário Dr. Loomis (devido ao falecimento de Donald Pleasence), Laurie assume o protagonismo completo. A personagem agora é mais complexa e madura, carregando traumas e vícios, incluindo alcoolismo, que afetam seu relacionamento com o filho, John Tate (Josh Hartnett). Vale notar que, ao ignorar os eventos dos filmes anteriores, H20 descarta a existência de Jamie Lloyd, apresentada em Halloween 4.
A dinâmica do filme é eficaz ao explorar a perseguição de Michael, mesclando referências ao primeiro Halloween e à abordagem moderna de Pânico. Apesar de alguns clichês do gênero, o roteiro foca em personagens bem construídos, afastando elementos secundários que poderiam ser desnecessários. A escolha de um ambiente escolar praticamente vazio intensifica a tensão e simplicidade, características que remetem ao clássico original.
Halloween H20 equilibra o suspense de forma cuidadosa. A direção constrói tensão nas cenas de perseguição, diminuindo a violência gratuita e focando no impacto emocional. Ao longo do filme, ocorrem apenas seis mortes, um número menor em comparação com os trabalhos anteriores, o que enfatiza a qualidade sobre a quantidade. O confronto final entre Laurie e Michael é um dos pontos altos, com um desfecho que explora a evolução da protagonista, agora determinada a caçar seu algoz.
O filme ainda reserva espaço para o humor, especialmente com a presença do guarda Ronald Jones (L.l Cool J), cuja trajetória traz um alívio cômico bem-vindo. A nostalgia também é um elemento essencial: em um momento marcante para os fãs do gênero, Jamie Lee Curtis contracena com sua mãe, Janet Leigh, a icônica Marion Crane de Psicose. O breve diálogo entre as duas adiciona uma camada de emoção e rende um tributo ao legado do terror, mostrando a sensibilidade do roteiro e da direção.
Halloween H20 entrega um final coerente e potente, pensado para encerrar a franquia com dignidade. Todos os envolvidos na produção acreditavam nisso – todos, exceto Moustapha Akkad. Sempre insatisfeito com o fechamento, e querendo ainda mais, Akkad optou por lançar uma sequência em 2002, Halloween: Ressurreição, que, tirando seus minutos iniciais, é considerada por muitos como uma das entradas mais desnecessárias da série.
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