Sorria (2022)
Uma alegoria da depressão.
por Giovani Zanirati
Sorria (2022)
Direção: Parker Finn
Roteiro: Parker Finn
PaÃs: Estados Unidos
Nota: 7,5/10
Direção: Parker Finn
Roteiro: Parker Finn
PaÃs: Estados Unidos
Nota: 7,5/10
A terapeuta Rose Cotter (Sosie Bacon) presencia o suicÃdio de uma paciente transtornada, que antes de morrer afirma está sendo perseguida por uma força aparentemente sobrenatural. Com um sorriso macabro, a jovem pega um caco de vidro e corta o próprio rosto para desespero da médica. Depois do incidente, Cotter começa a notar a presença de uma entidade, que à s vezes usa a forma humana, com o mesmo sorriso sinistro. Paranoia ou uma ameaça real?
Sob o comando do, então, novato cineasta, Parker Finn, Sorria é o tÃpico filme que apresenta uma fórmula saturada, cheia de clichês e uso de alegoria, para descrever a passagem de uma maldição. Neste aspecto é fácil a assimilação com a obras como O Chamado (2002) e Corrente do Mal (2014).
A trama contextualiza o transtorno de Rose Cotter em meio ao caos emocional, enquanto ninguém acredita em seu sofrimento. Às vezes, se cria a interpretação que ela está lidando com algum estresse pós -traumático, excesso de trabalho ou alguma sequela do passado, após presenciar o suicÃdio da mãe. A partir desse contexto, o filme tenta costurar uma conexão entre suspense psicológico e terror sobrenatural/convencional, e, de modo geral oscila, principalmente no primeiro elemento.
A trajetória da personagem é conduzida a partir de sua deterioração fÃsica e psicológica a cada contato com os céticos, afastando as pessoas próximas, como o namorado e a irmã. A mensagem está associada as doenças mentais, como depressão, que para os outros pode parecer invisÃvel, mas para quem sofre é uma realidade brutal e violenta. Ou seja, quantas pessoas sofreram em silêncio ou disfarçaram suas dores com um sorriso? Quando foram procurar ajuda, quantas vezes foram ignoradas? Assim, a busca por suicÃdio, a forma final da maldição, tornar-se uma triste opção para uma pessoa doente e sem esperança.
Sob o comando do, então, novato cineasta, Parker Finn, Sorria é o tÃpico filme que apresenta uma fórmula saturada, cheia de clichês e uso de alegoria, para descrever a passagem de uma maldição. Neste aspecto é fácil a assimilação com a obras como O Chamado (2002) e Corrente do Mal (2014).
A trama contextualiza o transtorno de Rose Cotter em meio ao caos emocional, enquanto ninguém acredita em seu sofrimento. Às vezes, se cria a interpretação que ela está lidando com algum estresse pós -traumático, excesso de trabalho ou alguma sequela do passado, após presenciar o suicÃdio da mãe. A partir desse contexto, o filme tenta costurar uma conexão entre suspense psicológico e terror sobrenatural/convencional, e, de modo geral oscila, principalmente no primeiro elemento.
A trajetória da personagem é conduzida a partir de sua deterioração fÃsica e psicológica a cada contato com os céticos, afastando as pessoas próximas, como o namorado e a irmã. A mensagem está associada as doenças mentais, como depressão, que para os outros pode parecer invisÃvel, mas para quem sofre é uma realidade brutal e violenta. Ou seja, quantas pessoas sofreram em silêncio ou disfarçaram suas dores com um sorriso? Quando foram procurar ajuda, quantas vezes foram ignoradas? Assim, a busca por suicÃdio, a forma final da maldição, tornar-se uma triste opção para uma pessoa doente e sem esperança.
Mas para ganhar um elevado nÃvel de drama e tensão, algumas decisões do roteiro para isolar Cotter são questionáveis e ruins. Diante essa corrida para superar este mal, ela vai descobrindo alguns segredos sobre a maldição envolvendo mais de vinte pessoas, com ajuda do tradicional e único "personagem que acredita na vÃtima". Mas diferente de O Chamado, o mistério da maldição não avança. Ela existe só por existir. É como uma força que suga a energia de pessoas mentalmente transtornadas. Caso o segundo filme, que estreia em outubro de 2024, não apresente soluções plausÃveis, ele corre o risco de ficar repetido e cansativo.
Os sustos encontram-se presentes de maneira constante ao longo da obra, o famoso jumpscare tão comum em filmes do gênero. Contudo, diferente do convencional, ele funciona como elemento importante da narrativa, contribuindo para o nÃvel do terror, principalmente em termos visuais. Ocorrem cenas surpreendentes, capazes de gerar aquele "pulo da cadeira", porque o espectador é conduzido de uma forma a imaginar outro cenário. Uma bela prova que o simples pode ser qualificado.
Os sustos encontram-se presentes de maneira constante ao longo da obra, o famoso jumpscare tão comum em filmes do gênero. Contudo, diferente do convencional, ele funciona como elemento importante da narrativa, contribuindo para o nÃvel do terror, principalmente em termos visuais. Ocorrem cenas surpreendentes, capazes de gerar aquele "pulo da cadeira", porque o espectador é conduzido de uma forma a imaginar outro cenário. Uma bela prova que o simples pode ser qualificado.
Sorria tem problemas no texto e nos personagens secundários, que pouco acrescentam à trama, sendo esquecidos rapidamente. Mas, apesar disso, estando em seu lugar, sem revolucionar, com seus sustos e uma mensagem sobre depressão, que reflete o sentimento de desespero diante um dos maiores males dos dois últimos séculos para a sociedade, se trata de um bom filme de terror.
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