Halloween - curiosidades : parte 1.
Um dos maiores clássicos do terror e suas inúmeras curiosidades.
por Giovani Zanirati.
Halloween: A Noite do Terror (1978) é um marco no gênero de terror. Uma obra que estabeleceu as bases para o sucesso dos filmes slasher nos anos 80 e 90, como as franquias Sexta- Feira 13 e Pânico, mas também influenciou produções contemporâneas. Ao todo, entre 1978 e 2022, foram lançados 13 filmes e, por consequência, existem inúmeras curiosidades dos bastidores, dos roteiros, dos filmes, do elenco. Por exemplo: você sabia que existe um filme sem Michael Myers? Que o assassino de Haddonfield poderia ter sido mandado para o espaço? Que Myers se tornou pai? Então, sente-se na cadeira, e aproveita a primeira parte desse especial.
A gênese do filme remonta 1976, durante um Festival de Cinema em Milão, onde o produtor Irwin Yablans concebeu um projeto que apresentava um assassino com foco em babás, inicialmente intitulado Os Assassinatos de Babás. Yablans buscou o talento de John Carpenter, que aceitou o desafio, condicionando sua participação à inclusão de sua namorada Debra Hill como corroterista e produtora, além de lucro nas bilheterias e o nome em destaque nos créditos iniciais. Quem financiou o projeto foi Moustapha Akkad, que posteriormente se tornou o principal dono da marca.
O elenco principal é composto pela jovem atriz Jamie Lee Curtis, filha de Janet Leigh, atriz consagrada, que atuou em Psicose (1960), de Alfred Hitchcock, como Marion Crane. Curtis interpreta a a babá Laurie Strode. Carpenter, como fã do trabalho de Hitchcock, apresentou o médico de Michael Myers, o Dr. Samuel Loomis (nome do namorado de Marion Crane). Loomis foi interpretado pelo saudoso ator Donald Pleasense, que esteve presente em cinco filmes da franquia.
O filme foi um grande sucesso comercial e de crÃtica. A trama em torno de Myers, Laurie e Loomis ajudou a moldar as caracterÃsticas do gênero slasher. Contudo, o sucesso traz contigo a inevitável sequência. Na época, Carpenter e Hill não tinham interesse em retomar a história, buscando explorar novas narrativas de terror. No entanto, a pressão dos produtores levou à continuação do embate entre o vilão, o médico e a heroÃna em Halloween 2 : O Pesadelo Continua (1981). Contudo, John Carpenter ficou responsável apenas pelo roteiro. Inclusive, foi ideia dele em transformar Laurie Strode em irmã de Michael Myers, quebrando a própria mitologia que construiu para o personagem. Posteriormente, ele ficaria arrependido dessa ideia.
O filme marcaria o fim da trama em torno do assassino mascarado. Dessa forma, com a intenção de usar a marca Halloween para outros fins, os executivos propuseram transformar em uma série antológica centrada no Dia das Bruxas. Em 1982, Halloween 3: A Noite das Bruxas foi lançado, apresentando uma narrativa sem Michael Myers e os demais. O filme, no entanto, foi amplamente criticado tanto pela imprensa quanto pelo público, que clamavam pelo retorno do monstro.
Em 1988, sem John Carpenter e Debra Hill, que venderam os direitos da marca, Halloween 4 : O Retorno de Michael Myers foi lançado com os retornos de Myers e Loomis. Porém, Jamie Lee Curtis optou por não reprisar seu papel. O roteiro, então, precisava resolver essa questão: a solução foi introduzir Jamie Lloyde, a filha de Laurie, interpretada por Danielle Harris. O nome da personagem foi uma homenagem a própria Jamie Lee. No filme é revelado que Laurie morreu em um acidente de carro, mas deixou a filha e, por consequência, a menina passou a ser o novo alvo do assassino. O final de Halloween 4 pode ser considerado um dos mais emblemáticos da franquia. A sobrinha de Myers, Jamie, mata a mãe adotiva com uma tesoura, em um perturbador déjà vu. Ao presenciar a cena, Loomis temendo que o ciclo do mal se repetisse através da menina, tenta matá-la.
Dessa maneira, em Halloween 5: A Vingança de Michael Myers (1989) a premissa seria transformar Jamie na nova assassina da história, substituindo o tio assassino. Porém, o cineasta responsável pelo novo filme, Dominique Otherin- Girard, descartou a ideia e inclusive jogou o texto literalmente no lixo. Halloween 5 representou o inÃcio da decadência e saturação da franquia, com uma história confusa. O surgimento de um novo personagem, O Homem de Preto, complicou ainda mais o desenvolvimento da série. Esse novo personagem foi uma exigência do produtor Akkad. Mas, nem mesmo os responsáveis pelo filme sabiam quem seria esse personagem. Para tornar ainda mais estranho para os fãs, com a tentativa de humanizar Myers, o roteiro faz ele chorar ao lado da sobrinha.
O fracasso de Halloween 5 fez com Akkad desse um tempo na produção. Porém, ao perder temporariamente os direitos da trama, ele se viu em uma disputa (um leilão) com o John Carpenter para readquirir os direitos da marca. Inclusive, Carpenter chegou a sugerir uma história onde Michael Myers seria enviado para o espaço. Brincadeira ou não, isso é mencionado no sexto filme de forma sarcástica. Curiosamente, em 2001, foi lançado Jason X, onde Jason Voorhees foi mandado para o espaço. As dificuldades de encontrar um texto adequado, levou Akkad a pensar em Quentin Tarantino como roteirista e diretor. Em 1995, surge Halloween 6 : A Última Vingança. O filme é, sem dúvidas, um dos mais confusos, com vários cortes, interferência de produtores, duas versões ( cinema e produtor - que, anteriormente, foi rejeitada pelo público teste).
Neste filme, ocorre uma resposta para o segredo da maldade e da obsessão de Michael Myers. Antes, o vilão era puramente mau e sem explicação, e depois, passou a ser um monstro obcecado pela famÃlia, ganhando uma "justificativa" para suas ações malignas. Porém, em Halloween 6, é revelado que o vilão foi amaldiçoado e influenciado por uma seita druida, que usava seus membros para sacrificar a própria famÃlia para prosperar. Sem explicações convincentes, Michael se transformou em um peão do mal.
A gênese do filme remonta 1976, durante um Festival de Cinema em Milão, onde o produtor Irwin Yablans concebeu um projeto que apresentava um assassino com foco em babás, inicialmente intitulado Os Assassinatos de Babás. Yablans buscou o talento de John Carpenter, que aceitou o desafio, condicionando sua participação à inclusão de sua namorada Debra Hill como corroterista e produtora, além de lucro nas bilheterias e o nome em destaque nos créditos iniciais. Quem financiou o projeto foi Moustapha Akkad, que posteriormente se tornou o principal dono da marca.
O elenco principal é composto pela jovem atriz Jamie Lee Curtis, filha de Janet Leigh, atriz consagrada, que atuou em Psicose (1960), de Alfred Hitchcock, como Marion Crane. Curtis interpreta a a babá Laurie Strode. Carpenter, como fã do trabalho de Hitchcock, apresentou o médico de Michael Myers, o Dr. Samuel Loomis (nome do namorado de Marion Crane). Loomis foi interpretado pelo saudoso ator Donald Pleasense, que esteve presente em cinco filmes da franquia.
O filme foi um grande sucesso comercial e de crÃtica. A trama em torno de Myers, Laurie e Loomis ajudou a moldar as caracterÃsticas do gênero slasher. Contudo, o sucesso traz contigo a inevitável sequência. Na época, Carpenter e Hill não tinham interesse em retomar a história, buscando explorar novas narrativas de terror. No entanto, a pressão dos produtores levou à continuação do embate entre o vilão, o médico e a heroÃna em Halloween 2 : O Pesadelo Continua (1981). Contudo, John Carpenter ficou responsável apenas pelo roteiro. Inclusive, foi ideia dele em transformar Laurie Strode em irmã de Michael Myers, quebrando a própria mitologia que construiu para o personagem. Posteriormente, ele ficaria arrependido dessa ideia.
O filme marcaria o fim da trama em torno do assassino mascarado. Dessa forma, com a intenção de usar a marca Halloween para outros fins, os executivos propuseram transformar em uma série antológica centrada no Dia das Bruxas. Em 1982, Halloween 3: A Noite das Bruxas foi lançado, apresentando uma narrativa sem Michael Myers e os demais. O filme, no entanto, foi amplamente criticado tanto pela imprensa quanto pelo público, que clamavam pelo retorno do monstro.
Em 1988, sem John Carpenter e Debra Hill, que venderam os direitos da marca, Halloween 4 : O Retorno de Michael Myers foi lançado com os retornos de Myers e Loomis. Porém, Jamie Lee Curtis optou por não reprisar seu papel. O roteiro, então, precisava resolver essa questão: a solução foi introduzir Jamie Lloyde, a filha de Laurie, interpretada por Danielle Harris. O nome da personagem foi uma homenagem a própria Jamie Lee. No filme é revelado que Laurie morreu em um acidente de carro, mas deixou a filha e, por consequência, a menina passou a ser o novo alvo do assassino. O final de Halloween 4 pode ser considerado um dos mais emblemáticos da franquia. A sobrinha de Myers, Jamie, mata a mãe adotiva com uma tesoura, em um perturbador déjà vu. Ao presenciar a cena, Loomis temendo que o ciclo do mal se repetisse através da menina, tenta matá-la.
Dessa maneira, em Halloween 5: A Vingança de Michael Myers (1989) a premissa seria transformar Jamie na nova assassina da história, substituindo o tio assassino. Porém, o cineasta responsável pelo novo filme, Dominique Otherin- Girard, descartou a ideia e inclusive jogou o texto literalmente no lixo. Halloween 5 representou o inÃcio da decadência e saturação da franquia, com uma história confusa. O surgimento de um novo personagem, O Homem de Preto, complicou ainda mais o desenvolvimento da série. Esse novo personagem foi uma exigência do produtor Akkad. Mas, nem mesmo os responsáveis pelo filme sabiam quem seria esse personagem. Para tornar ainda mais estranho para os fãs, com a tentativa de humanizar Myers, o roteiro faz ele chorar ao lado da sobrinha.
O fracasso de Halloween 5 fez com Akkad desse um tempo na produção. Porém, ao perder temporariamente os direitos da trama, ele se viu em uma disputa (um leilão) com o John Carpenter para readquirir os direitos da marca. Inclusive, Carpenter chegou a sugerir uma história onde Michael Myers seria enviado para o espaço. Brincadeira ou não, isso é mencionado no sexto filme de forma sarcástica. Curiosamente, em 2001, foi lançado Jason X, onde Jason Voorhees foi mandado para o espaço. As dificuldades de encontrar um texto adequado, levou Akkad a pensar em Quentin Tarantino como roteirista e diretor. Em 1995, surge Halloween 6 : A Última Vingança. O filme é, sem dúvidas, um dos mais confusos, com vários cortes, interferência de produtores, duas versões ( cinema e produtor - que, anteriormente, foi rejeitada pelo público teste).
Neste filme, ocorre uma resposta para o segredo da maldade e da obsessão de Michael Myers. Antes, o vilão era puramente mau e sem explicação, e depois, passou a ser um monstro obcecado pela famÃlia, ganhando uma "justificativa" para suas ações malignas. Porém, em Halloween 6, é revelado que o vilão foi amaldiçoado e influenciado por uma seita druida, que usava seus membros para sacrificar a própria famÃlia para prosperar. Sem explicações convincentes, Michael se transformou em um peão do mal.
Mas existe algo perturbador por trás desse cenário: nas duas versões, Jamie morre (por pessoas diferentes de acordo com a versão) e deixa um bebê recém nascido. Acontece que a sobrinha de Myers, permaneceu em cativeiro e sob o poder da seita. Ela engravidou (de maneira forçada), com apenas 16 anos, para dar a luz a um novo descendente para seita. Existe uma confusão se o bebê deveria ser um novo assassino amaldiçoado ou o último sacrifÃcio de Michael Myers. Mas e o pai do bebê?
Eis que ocorre o maior absurdo de toda a franquia: na versão do cinema não é explicado quem seria o pai do bebê, embora fica subtendido que tenha ocorrido uma inseminação artificial. Contudo, a versão do produtor deixa em evidência, confirmada por fontes oficiais, que Michael Myers seria o pai. Ou seja, em uma relação incestuosa, ele abusou da sobrinha de 16 anos para gerar a criança. Não dá para ficar surpreso que essa confusão cinematográfica tenha simplesmente sepultado a franquia. Sem chances de recuperar o estrago causado por Halloween 5 e 6, a única opção seria um reboot, lançado em 1998, com Halloween H20, com o retorno de Jamie Lee Curtis. Por fim, Halloween 6 também marca o fim da trajetória de Donald Pleasense, que morreu em 2 de fevereiro de 1995, durante as gravações do filme.
Eis que ocorre o maior absurdo de toda a franquia: na versão do cinema não é explicado quem seria o pai do bebê, embora fica subtendido que tenha ocorrido uma inseminação artificial. Contudo, a versão do produtor deixa em evidência, confirmada por fontes oficiais, que Michael Myers seria o pai. Ou seja, em uma relação incestuosa, ele abusou da sobrinha de 16 anos para gerar a criança. Não dá para ficar surpreso que essa confusão cinematográfica tenha simplesmente sepultado a franquia. Sem chances de recuperar o estrago causado por Halloween 5 e 6, a única opção seria um reboot, lançado em 1998, com Halloween H20, com o retorno de Jamie Lee Curtis. Por fim, Halloween 6 também marca o fim da trajetória de Donald Pleasense, que morreu em 2 de fevereiro de 1995, durante as gravações do filme.
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