Halloween 4 : O Retorno de Michael Myers (1988)
Um dos melhores finais da longa vida de Michael Myers.
por Giovani Zanirati
Halloween 4 : O Retorno de Michael Myers (1988)
Direção: Dwight H. Little.
Roteiro: Alan B. McElroy
PaÃs: Estados Unidos
Nota: 7,5/10
Direção: Dwight H. Little.
Roteiro: Alan B. McElroy
PaÃs: Estados Unidos
Nota: 7,5/10
No filme A Hora do Espanto (1985), o apresentador e pseudo-caçador de vampiros Peter Vincent (Roddy McDowall) destaca como o interesse do público por monstros clássicos do terror, como vampiros, diminuiu em favor de assassinos mascarados, uma clara alusão a Michael Myers. O vilão, criado por John Carpenter, Debra Hill e Irwin Yablans, tornou-se um Ãcone do gênero, substituindo os monstros que moldaram o terror desde a década de 1930. Apesar dos altos e baixos, a década de 1980 testemunhou uma verdadeira explosão do subgênero slasher, com franquias como Sexta-feira 13, que já estava em seu sétimo filme, e A Hora do Pesadelo, que contava com quatro longas-metragens. O retorno de Michael Myers, que supostamente havia morrido em 1981, era, portanto, inevitável. Assim, em 1988, chega à s telas Halloween 4: O Retorno de Michael Myers.
Antes de adentrar na análise do filme, é fundamental esclarecer o motivo pelo qual ele é intitulado "parte 4", visto que o longa anterior era Halloween II: O Pesadelo Continua (1981). Após o desfecho deste, os executivos da franquia propuseram transformar Halloween em uma série antológica com histórias independentes centradas no Dia das Bruxas. Em 1982, Halloween: A Noite das Bruxas, dirigido por Tommy Lee Wallace, foi lançado, apresentando uma narrativa sem Michael Myers, Laurie Strode e Dr. Samuel Loomis. O filme, no entanto, foi amplamente criticado, tanto pela imprensa quanto pelo público, que clamava pelo retorno do assassino de Haddonfield. Em contraste, Sexta-feira 13 Parte 3 (1982) havia arrecadado o dobro nas bilheteiras, levando ao cancelamento da ideia da série antológica.
Sem a participação de John Carpenter e Debra Hill, que venderam os direitos da marca, e sob o comando do executivo Moustapha Akkad e direção de Dwight H. Little, Halloween 4 é lançado com o retorno de Michael Myers e Dr. Loomis (Donald Pleasence). Curiosamente, a (suposta) única sobrevivente de Halloween II, Laurie Strode, não retorna, já que Jamie Lee Curtis optou por não reprisar seu papel. O roteiro, então, precisava resolver duas questões: como substituir Jamie Lee Curtis e como "ressuscitar" Myers e Loomis? A solução encontrada foi introduzir Jamie Lloyd, a filha de Laurie, interpretada pela talentosa Danielle Harris, enquanto a narrativa ignora a morte de Myers e Loomis.
Antes de adentrar na análise do filme, é fundamental esclarecer o motivo pelo qual ele é intitulado "parte 4", visto que o longa anterior era Halloween II: O Pesadelo Continua (1981). Após o desfecho deste, os executivos da franquia propuseram transformar Halloween em uma série antológica com histórias independentes centradas no Dia das Bruxas. Em 1982, Halloween: A Noite das Bruxas, dirigido por Tommy Lee Wallace, foi lançado, apresentando uma narrativa sem Michael Myers, Laurie Strode e Dr. Samuel Loomis. O filme, no entanto, foi amplamente criticado, tanto pela imprensa quanto pelo público, que clamava pelo retorno do assassino de Haddonfield. Em contraste, Sexta-feira 13 Parte 3 (1982) havia arrecadado o dobro nas bilheteiras, levando ao cancelamento da ideia da série antológica.
Sem a participação de John Carpenter e Debra Hill, que venderam os direitos da marca, e sob o comando do executivo Moustapha Akkad e direção de Dwight H. Little, Halloween 4 é lançado com o retorno de Michael Myers e Dr. Loomis (Donald Pleasence). Curiosamente, a (suposta) única sobrevivente de Halloween II, Laurie Strode, não retorna, já que Jamie Lee Curtis optou por não reprisar seu papel. O roteiro, então, precisava resolver duas questões: como substituir Jamie Lee Curtis e como "ressuscitar" Myers e Loomis? A solução encontrada foi introduzir Jamie Lloyd, a filha de Laurie, interpretada pela talentosa Danielle Harris, enquanto a narrativa ignora a morte de Myers e Loomis.
A trama se desenrola dez anos após os eventos dos dois primeiros filmes, com Michael Myers em estado vegetativo no Sanatório Federal de Ridgemont. Durante uma transferência para Smith's Grove, ele descobre que tem uma sobrinha em Haddonfield, despertando de seu coma e matando a equipe médica. Loomis, ao saber do retorno de seu antigo paciente, corre novamente para pequena cidade, chegando a cruzar o caminho de Myers em um posto de gasolina. Enquanto isso, Jamie vive com uma famÃlia adotiva. O filme inegavelmente busca um tom nostálgico, repetindo elementos do clássico de 1978. A transferência de Myers ocorre novamente em plena noite, na véspera do Dia das Bruxas. Chega ser bobo. Não existe outra época para fazer este tipo de serviço? Por exemplo: véspera de Páscoa pela tarde? Logo após sua fuga, ele inicia um novo ataque, tendo sua sobrinha Jamie como principal alvo. A presença de Rachel (Ellie Cornel), irmã adotiva de Jamie, traz um elemento adicional à trama.
Halloween 4 se destaca como uma sequência bem justificada, mantendo um clima de suspense eficaz, especialmente na cena entre Loomis e Myers no posto de gasolina. As mortes são integradas à narrativa, evitando a inclusão de personagens apenas para serem eliminados. O impacto da presença de Myers em Haddonfield é notável, com moradores tentando deter o assassino, enquanto Loomis precisa convencer a polÃcia a agir. O elenco é bem escolhido: Rachel é uma final girl que, apesar de não ter a inocência de Laurie, demonstra força e sabedoria em suas decisões, garantindo sua sobrevivência. Danielle Harris brilha como Jamie, uma jovem atormentada pelo passado e pela presença ameaçadora do tio. Loomis, mais uma vez, se estabelece como a figura central da franquia, ganhando mais profundidade e desespero diante seu desejo de conter seu antigo paciente.
No entanto, o visual de Michael Myers marca o inÃcio do declÃnio da produção. O vilão, que antes era representado como um homem fisicamente comum e sem emoções, agora aparece mais robusto, com uma máscara que não corresponde à imagem icônica que o tornou famoso. Aos poucos, começa a ficar mais parecido com Jason. Em suma, Halloween 4 apresenta problemas visÃveis, mas, dentro da linha do tempo original da franquia, é a melhor sequência, embora inferior ao clássico de Carpenter. O final é impactante e ambÃguo, oferecendo um fechamento perfeito para a história de Michael Myers. Porém, deixa possibilidades intrigantes para continuações. Infelizmente, o caminho tomado em Halloween 5 foi decepcionante, distorcendo e, eventualmente, sepultando a franquia até o reboot de 1998.
Uma observação para quem pretende assistir Halloween 4: tente acompanhar na lÃngua nativa porque a dublagem é muito ruim, inclusive com erro na pronúncia do nome de Michael Myers (simplesmente inaceitável). Dessa forma, é possÃvel que a experiência não seja agradável porque, infelizmente, o trabalho de dublagem prejudica o impacto do filme.
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