Vidro (2019)
por Giovani Zanirati
Vidro (2019)
Direção: M. Night Shyamalan
Roteiro: M. Night Shyamalan
PaÃs: Estados Unidos
Direção: M. Night Shyamalan
Roteiro: M. Night Shyamalan
PaÃs: Estados Unidos
Nota: 08/10
No desfecho de Fragmentado (2016), os crimes cometidos por Kevin (James McAvoy) e suas múltiplas personalidades geraram repercussão nos Estados Unidos, fomentando discussões e teorias. Em uma lanchonete, uma mulher comenta que o caso a faz lembrar de um cadeirante responsável por um acidente de trem que vitimou quase todos os passageiros, embora ela não se lembre do nome do criminoso. Nesse momento, David Dunn, interpretado novamente por Bruce Willis, surge para mencionar "Sr. Vidro" (Samuel L. Jackson).
Cada novo lançamento de uma produção de Shyamalan instiga grandes expectativas entre os fãs, especialmente quanto à reviravolta final. O clÃmax de Fragmentado causou alvoroço ao entrelaçar sua narrativa com a de Corpo Fechado. Assim, o cineasta abriu definitivamente as portas para a trilogia de heróis e vilões, iniciada em 2000 com o confronto entre Dunn e Vidro. Portanto, Vidro foi lançado com grande expectativa do público.
Na trama de Vidro, Kevin, conhecido como A Horda devido à s suas múltiplas personalidades, continua sua onda de crimes, sequestrando jovens inocentes como oferenda à Besta. Enquanto isso, Dunn e seu filho, Joseph (Spencer Treat Clark) utilizam a própria empresa de segurança como disfarce para combater o crime. Dunn, agora reconhecido como um vigilante pela polÃcia e pelo público, está em busca de A Horda enquanto seu filho localiza a possÃvel localização do vilão. Durante a vigilância, o vigilante acidentalmente se depara com Hedwin ( a personalidade infantil) e consegue visualizar (um de seus poderes) o cativeiro das jovens.
Ao tentar resgatá-las, o Vigilante se confronta com a Besta, iniciando uma batalha brutal. No entanto, o confronto é interrompido pela polÃcia, e ambos são internados em um sanatório. Lá, a Dra. Ellie Staple (Sarah Paulson) conduz um tratamento com o objetivo de convencê-los de que não são heróis ou vilões dotados de poderes, mas indivÃduos comuns com delÃrios de grandiosidade que podem ser ajustados. A grande surpresa é que o Sr. Vidro também é um paciente do sanatório, e os três são acompanhados pela eloquente doutora.
Não é surpresa que Shyamalan tenha infundido sua paixão pelos quadrinhos nesta história. Em 2000, com o lançamento de Corpo Fechado, a estratégia de marketing evitou associar o filme aos quadrinhos para não desviar a atenção do suspense sobrenatural de O Sexto Sentido (1999). Uma obra de super-heróis não convencional poderia prejudicar os planos financeiros dos investidores. No entanto, com o amadurecimento da ideia e o sucesso do filme anterior, Vidro se apresenta como a trama mais alinhada ao universo dos quadrinhos em comparação com seus predecessores.
Desde o inÃcio, essa relação é evidente, com Dunn e seu filho trabalhando secretamente para combater o mal, ao estilo dos heróis da Marvel e da DC, onde um atua no campo e o outro coordena a partir de uma sala equipada com tecnologia. O status de Vigilante e o problema gerado para a polÃcia lembram o tratamento dado a heróis clássicos dos quadrinhos, como Batman e Justiceiro. Enquanto isso, as boas intenções da Doutora, embora promissoras, revelam-se também ingênuas.
Na trama de Vidro, Kevin, conhecido como A Horda devido à s suas múltiplas personalidades, continua sua onda de crimes, sequestrando jovens inocentes como oferenda à Besta. Enquanto isso, Dunn e seu filho, Joseph (Spencer Treat Clark) utilizam a própria empresa de segurança como disfarce para combater o crime. Dunn, agora reconhecido como um vigilante pela polÃcia e pelo público, está em busca de A Horda enquanto seu filho localiza a possÃvel localização do vilão. Durante a vigilância, o vigilante acidentalmente se depara com Hedwin ( a personalidade infantil) e consegue visualizar (um de seus poderes) o cativeiro das jovens.
Ao tentar resgatá-las, o Vigilante se confronta com a Besta, iniciando uma batalha brutal. No entanto, o confronto é interrompido pela polÃcia, e ambos são internados em um sanatório. Lá, a Dra. Ellie Staple (Sarah Paulson) conduz um tratamento com o objetivo de convencê-los de que não são heróis ou vilões dotados de poderes, mas indivÃduos comuns com delÃrios de grandiosidade que podem ser ajustados. A grande surpresa é que o Sr. Vidro também é um paciente do sanatório, e os três são acompanhados pela eloquente doutora.
Não é surpresa que Shyamalan tenha infundido sua paixão pelos quadrinhos nesta história. Em 2000, com o lançamento de Corpo Fechado, a estratégia de marketing evitou associar o filme aos quadrinhos para não desviar a atenção do suspense sobrenatural de O Sexto Sentido (1999). Uma obra de super-heróis não convencional poderia prejudicar os planos financeiros dos investidores. No entanto, com o amadurecimento da ideia e o sucesso do filme anterior, Vidro se apresenta como a trama mais alinhada ao universo dos quadrinhos em comparação com seus predecessores.
Desde o inÃcio, essa relação é evidente, com Dunn e seu filho trabalhando secretamente para combater o mal, ao estilo dos heróis da Marvel e da DC, onde um atua no campo e o outro coordena a partir de uma sala equipada com tecnologia. O status de Vigilante e o problema gerado para a polÃcia lembram o tratamento dado a heróis clássicos dos quadrinhos, como Batman e Justiceiro. Enquanto isso, as boas intenções da Doutora, embora promissoras, revelam-se também ingênuas.
A previsibilidade na narrativa é clara, pois os antagonistas podem a qualquer momento reagir negativamente ao tratamento e iniciar um ataque, colocando em risco os planos da Doutora e, eventualmente, demandando a ajuda do herói para sobreviver. Entretanto, a previsibilidade e simplicidade, quando bem trabalhadas, podem resultar em resultados eficazes, superando tramas que tentam chocar apenas para impressionar, mas oferecem pouco à estrutura do filme.
Nesse sentido, Shyamalan acerta no desenvolvimento de Vidro, apesar de alguns pontos falhos. O diretor já tem os personagens centrais bem estabelecidos. Dunn mantém sua essência, com a mesma qualidade de atuação de Willis. A Horda, por sua vez, ganha novas camadas, com suas dúvidas evidenciadas pelo tratamento e pela presença de Casey (Anya Taylor- Joy), cuja influência não tem o mesmo impacto do filme anterior.
O destaque vai para o Sr. Vidro, cuja presença é onipresente, mesmo em seu estado catatônico durante as sessões com a Doutora. Neste filme, embora extremamente inteligente, ele assume um papel mais caricato de vilão, com uma inteligência que, mesmo debilitada fisicamente, leva a planos tão mirabolantes que parecem excessivamente forçados. No entanto, isso não difere muito dos vilões como Coringa e Lex Luthor, que, para superar seus antagonistas, elaboram planos meticulosos com poucas falhas, sabendo que qualquer erro pode custar caro.
O desfecho, talvez o momento mais aguardado pelos fãs, oferece o óbvio, mas com uma dose significativa de drama e suspense. O problema, ou não, reside no plot twist, que provoca uma sensação ambÃgua quanto à origem, ao encerramento e à expansão da obra. Há também um desconforto com os finais de Dunn e A Horda, embora haja aspectos positivos no destino elaborado por Sr. Vidro. Em última análise, Vidro encerra de maneira cativante esta trilogia de heróis e vilões, apresentando uma narrativa madura e repleta de nuances em sua caracterÃstica.
0 Comentários