X – A Marca da Morte (2022)
por Giovani Zanirati
X – A Marca da Morte (2022)
Direção: Ti West
Roteiro: Ti West
País: Estados Unidos
Direção: Ti West
Roteiro: Ti West
País: Estados Unidos
Nota: 8,5/10
Desde os anos setenta, o slasher se firmou como um fenômeno amado pelos entusiastas do terror. Obras icônicas como "O Massacre da Serra Elétrica" (1974) e "Halloween, A Noite do Terror" (1978) moldaram seu caráter, com assassinos mascarados, grupos de jovens estereotipados, a "final girl", violência explícita e a exploração da dualidade entre pureza e sexualidade.
Contudo, esse crescimento não ocorreu sem custos, e os anos oitenta foram marcados por uma ambiguidade perceptível. Embora "Sexta-Feira 13" (1980) e "A Hora do Pesadelo" (1984) tenham alcançado grande sucesso comercial, o período também viu uma inundação de sequências e cópias mal sucedidas das obras mencionadas, transformando-se em uma competição pela violência e saturação de clichês nas tramas.
Felizmente, os anos noventa trouxeram uma nova abordagem ao estilo, mantendo a essência dos anos setenta, mas com uma identidade renovada. O filme "Pânico" (1996), de Wes Craven, acertou ao introduzir humor e metalinguagem, revitalizando o gênero e inspirando uma nova onda de filmes que seguiram sua fórmula.
Nos anos mais recentes, com o boom dos serviços de streaming, surgiram novos filmes que continuam a capturar a essência do slasher, introduzindo inovações nas tramas, mantendo vivo o fascínio pelo gênero. Nesse novo cenário, destacam-se produções como "Casamento Sangrento" (2019), "Freaky - No Corpo de um Assassino (2020) e "16 Facadas" (2023), cada uma com uma abordagem moderna que mescla elementos sobrenaturais e ficção científica.
No entanto, uma das obras mais notáveis recentemente é "X - A Marca da Morte", que combina a brutalidade do slasher, especialmente evocando "O Massacre da Serra Elétrica", com um suspense à la Alfred Hitchcock. Este é o primeiro filme de uma trilogia dirigida pelo cineasta Ti West e estrelado pela aclamada Mia Goth.
Na trama, um grupo de jovens aluga uma cabana em uma fazenda com o objetivo de produzir um filme sofisticado e inovador para o mercado adulto. Ao chegarem à fazenda, confrontam-se com o recluso proprietário idoso, que não esconde seu desagrado com a presença do grupo. Nos recantos sombrios da casa, a figura enigmática de Pearl, esposa do fazendeiro, torna-se o centro do mistério.
Desde o início da jornada do grupo rumo à fazenda, o filme ambientado no final dos anos setenta evoca deliberadamente o clássico do assassino Leatherface, tanto na estética de sua fotografia quanto nas escolhas de câmera. Os fãs de Hopper certamente reconhecerão essas referências, embora "X - A Marca da Morte" consiga estabelecer sua própria identidade. West conduz a narrativa habilmente, mantendo um ritmo envolvente e gradual, sem deixar de ser inovador em sua abordagem.
O suspense é intensificado pela presença inquietante de Pearl, amplificado pela trilha sonora, criando uma tensão constante com a expectativa de que algo terrível está prestes a acontecer — uma antecipação que se revela uma das grandes virtudes do filme.
Contudo, esse crescimento não ocorreu sem custos, e os anos oitenta foram marcados por uma ambiguidade perceptível. Embora "Sexta-Feira 13" (1980) e "A Hora do Pesadelo" (1984) tenham alcançado grande sucesso comercial, o período também viu uma inundação de sequências e cópias mal sucedidas das obras mencionadas, transformando-se em uma competição pela violência e saturação de clichês nas tramas.
Felizmente, os anos noventa trouxeram uma nova abordagem ao estilo, mantendo a essência dos anos setenta, mas com uma identidade renovada. O filme "Pânico" (1996), de Wes Craven, acertou ao introduzir humor e metalinguagem, revitalizando o gênero e inspirando uma nova onda de filmes que seguiram sua fórmula.
Nos anos mais recentes, com o boom dos serviços de streaming, surgiram novos filmes que continuam a capturar a essência do slasher, introduzindo inovações nas tramas, mantendo vivo o fascínio pelo gênero. Nesse novo cenário, destacam-se produções como "Casamento Sangrento" (2019), "Freaky - No Corpo de um Assassino (2020) e "16 Facadas" (2023), cada uma com uma abordagem moderna que mescla elementos sobrenaturais e ficção científica.
No entanto, uma das obras mais notáveis recentemente é "X - A Marca da Morte", que combina a brutalidade do slasher, especialmente evocando "O Massacre da Serra Elétrica", com um suspense à la Alfred Hitchcock. Este é o primeiro filme de uma trilogia dirigida pelo cineasta Ti West e estrelado pela aclamada Mia Goth.
Na trama, um grupo de jovens aluga uma cabana em uma fazenda com o objetivo de produzir um filme sofisticado e inovador para o mercado adulto. Ao chegarem à fazenda, confrontam-se com o recluso proprietário idoso, que não esconde seu desagrado com a presença do grupo. Nos recantos sombrios da casa, a figura enigmática de Pearl, esposa do fazendeiro, torna-se o centro do mistério.
Desde o início da jornada do grupo rumo à fazenda, o filme ambientado no final dos anos setenta evoca deliberadamente o clássico do assassino Leatherface, tanto na estética de sua fotografia quanto nas escolhas de câmera. Os fãs de Hopper certamente reconhecerão essas referências, embora "X - A Marca da Morte" consiga estabelecer sua própria identidade. West conduz a narrativa habilmente, mantendo um ritmo envolvente e gradual, sem deixar de ser inovador em sua abordagem.
O suspense é intensificado pela presença inquietante de Pearl, amplificado pela trilha sonora, criando uma tensão constante com a expectativa de que algo terrível está prestes a acontecer — uma antecipação que se revela uma das grandes virtudes do filme.
Ao contrário dos típicos slashers que se limitam a uma série de mortes sem profundidade, "X - A Marca da Morte" gradualmente revela que Pearl nutre um desejo mórbido de vida e juventude, alimentando um enredo de desejo e vingança contra a atriz Maxine. A dinâmica entre Pearl e Maxine encapsula simbolicamente a dualidade entre juventude/liberdade e velhice/prisão, destacando-se como o cerne da obra. Além disso, os demais personagens são igualmente intrigantes, fugindo em grande parte dos estereótipos usuais do subgênero ao tomarem decisões mais sensatas, o que permite uma maior empatia com suas trajetórias individuais.
Embora não seja completamente revolucionário e incorpore alguns clichês, o filme se destaca inegavelmente como uma das contribuições mais interessantes e divertidas ao subgênero slasher. Com homenagens bem executadas sem perder sua própria identidade, o trabalho mantém uma consistência impressionante ao longo de toda a sua produção.
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