Pearl (2022)
por Giovani Zanirati
Pearl (2022)
Direção: Ti West
Roteiro: Ti West, Mia Goth
PaÃs: Estados Unidos
Direção: Ti West
Roteiro: Ti West, Mia Goth
PaÃs: Estados Unidos
Nota: 09/10
X - A Marca da Morte foi uma das gratas surpresas do gênero terror nos últimos anos. Lançado em 2022 e dirigido por Ti West, o filme apresenta um grupo de jovens adultos que aluga uma casa em uma fazenda para filmar um pornô. No entanto, os idosos proprietários da fazenda, Howard e Pearl, acabam eliminando grande parte da equipe. O filme conseguiu articular um suspense sofisticado com elementos de slasher no estilo de "O Massacre da Serra Elétrica" (1974). Ele se destacou da recente onda de slashers lançados, especialmente pela construção detalhada dos personagens principais, como Pearl e a jovem Maxine, interpretadas por Mia Goth.
No mesmo ano, outra agradável surpresa foi Pearl, produzido e dirigido por West como um prequel de X - A Marca da Morte. Sem prever o sucesso do primeiro filme entre público e crÃtica, West optou por explorar a história de origem da antagonista Pearl. Mais impressionante ainda, Mia Goth retorna ao papel da vilã.
Nesta obra, escrita por West e Goth e ambientada em 1918, Pearl é uma jovem que sonha em se tornar uma renomada dançarina e estrela. No entanto, para alcançar seus sonhos, ela precisa transcender a monotonia da vida rural cuidando de um pai doente e enfrentando as humilhações impostas pela mãe. Pearl não se limita a ser uma mera história de origem; ele oferece um estudo profundo de personagem e uma exploração da saúde mental, revelando a personalidade perturbada da jovem diante dos sonhos frustrados pela vida rural.
É crucial entender o contexto: Pearl se casa com Howard e imagina uma vida feliz, como nos filmes. No entanto, suas expectativas são frustradas por duas razões: primeiro, Howard prefere permanecer na fazenda com a famÃlia de Pearl; segundo, ele se ausenta para servir na Primeira Guerra Mundial. Assim, Pearl é deixada para enfrentar uma realidade que considera frustrante, assumindo praticamente todas as responsabilidades na fazenda e cuidando do pai doente, inclusive na higiene pessoal. A mãe de Pearl também está insatisfeita com a vida que levam e considera os sonhos de sua filha como delÃrios perigosos. Fica a dúvida se ela deseja o mesmo para sua filha, como uma forma egoÃsta de vingança, ou se, da pior maneira possÃvel, está tentando protegê-la.
Depois de viajar à cidade para comprar remédios para o pai, Pearl conhece David, um projetista que a seduz e a encoraja a perseguir seus sonhos de dança e atuação. Mais tarde, ao conversar com sua cunhada, Misty, ela descobre uma oportunidade na igreja para se tornar uma dançarina e participar de excursões pela cidade. A vida dela começa a mudar radicalmente, preparando o terreno para suas futuras ações.
O suspense se desenvolve de maneira orgânica, adicionando profundidade à trama e resultando em uma narrativa madura e sofisticada. Há também referências sutis e inteligentes ao filme anterior, como o ódio de Pearl por loiras. No entanto, o que realmente impressiona é a atuação de Mia Goth. Sua habilidade em mudar de humor, expressões faciais, tom de voz, habilidades de dança, momentos de emoção e um impactante monólogo de quase dez minutos, além da angustiante perseguição com um machado (uma cena notável), a posicionam como uma das melhores personagens do terror recente. Enquanto Maxine pode ser considerada superestimada (uma discussão compreensÃvel), Pearl se destaca como uma verdadeira joia do horror contemporâneo, cativando em todos os momentos em que aparece na tela.
O filme também se destaca pela ambientação na virada dos anos 1920, retratada com riqueza, e pelas importantes alusões à Primeira Guerra Mundial, à pandemia de influenza (curiosamente evocativa da Covid-19) e ao sentimento anti-alemão, frequentemente mencionado pela mãe de Pearl. É, também, uma verdadeira celebração do technicolor, com paletas de cores vibrantes e vivas.
O terror é um gênero fascinante. Apesar das muitas produções medÃocres e ruins, ocasionalmente ele consegue surpreender com obras notáveis. Este é o caso de Pearl. Ainda não se sabe se a trilogia de Ti West se tornará um clássico do horror, mas certamente demonstrou potencial, especialmente pela habilidade em expandir e explorar tramas de forma independente e qualificada.
No mesmo ano, outra agradável surpresa foi Pearl, produzido e dirigido por West como um prequel de X - A Marca da Morte. Sem prever o sucesso do primeiro filme entre público e crÃtica, West optou por explorar a história de origem da antagonista Pearl. Mais impressionante ainda, Mia Goth retorna ao papel da vilã.
Nesta obra, escrita por West e Goth e ambientada em 1918, Pearl é uma jovem que sonha em se tornar uma renomada dançarina e estrela. No entanto, para alcançar seus sonhos, ela precisa transcender a monotonia da vida rural cuidando de um pai doente e enfrentando as humilhações impostas pela mãe. Pearl não se limita a ser uma mera história de origem; ele oferece um estudo profundo de personagem e uma exploração da saúde mental, revelando a personalidade perturbada da jovem diante dos sonhos frustrados pela vida rural.
É crucial entender o contexto: Pearl se casa com Howard e imagina uma vida feliz, como nos filmes. No entanto, suas expectativas são frustradas por duas razões: primeiro, Howard prefere permanecer na fazenda com a famÃlia de Pearl; segundo, ele se ausenta para servir na Primeira Guerra Mundial. Assim, Pearl é deixada para enfrentar uma realidade que considera frustrante, assumindo praticamente todas as responsabilidades na fazenda e cuidando do pai doente, inclusive na higiene pessoal. A mãe de Pearl também está insatisfeita com a vida que levam e considera os sonhos de sua filha como delÃrios perigosos. Fica a dúvida se ela deseja o mesmo para sua filha, como uma forma egoÃsta de vingança, ou se, da pior maneira possÃvel, está tentando protegê-la.
Depois de viajar à cidade para comprar remédios para o pai, Pearl conhece David, um projetista que a seduz e a encoraja a perseguir seus sonhos de dança e atuação. Mais tarde, ao conversar com sua cunhada, Misty, ela descobre uma oportunidade na igreja para se tornar uma dançarina e participar de excursões pela cidade. A vida dela começa a mudar radicalmente, preparando o terreno para suas futuras ações.
O suspense se desenvolve de maneira orgânica, adicionando profundidade à trama e resultando em uma narrativa madura e sofisticada. Há também referências sutis e inteligentes ao filme anterior, como o ódio de Pearl por loiras. No entanto, o que realmente impressiona é a atuação de Mia Goth. Sua habilidade em mudar de humor, expressões faciais, tom de voz, habilidades de dança, momentos de emoção e um impactante monólogo de quase dez minutos, além da angustiante perseguição com um machado (uma cena notável), a posicionam como uma das melhores personagens do terror recente. Enquanto Maxine pode ser considerada superestimada (uma discussão compreensÃvel), Pearl se destaca como uma verdadeira joia do horror contemporâneo, cativando em todos os momentos em que aparece na tela.
O filme também se destaca pela ambientação na virada dos anos 1920, retratada com riqueza, e pelas importantes alusões à Primeira Guerra Mundial, à pandemia de influenza (curiosamente evocativa da Covid-19) e ao sentimento anti-alemão, frequentemente mencionado pela mãe de Pearl. É, também, uma verdadeira celebração do technicolor, com paletas de cores vibrantes e vivas.
O terror é um gênero fascinante. Apesar das muitas produções medÃocres e ruins, ocasionalmente ele consegue surpreender com obras notáveis. Este é o caso de Pearl. Ainda não se sabe se a trilogia de Ti West se tornará um clássico do horror, mas certamente demonstrou potencial, especialmente pela habilidade em expandir e explorar tramas de forma independente e qualificada.
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