MaXXXine (2024)

MaXXXine (2024)


por Giovani Zanirati






MaXXXine (2024)
Direção: Ti West
Roteiro: Ti West
País: Estados Unidos
Nota: 7,5/10


O cineasta Ti West e a atriz Mia Goth capturaram a atenção da crítica e do público em 2022 com os filmes X - A Marca da Morte e Pearl. Isso gerou grande expectativa para o encerramento da trilogia com MaXXXine, uma sequência direta de "X" na qual Goth retorna como protagonista. Este desfecho se destaca como uma trama autônoma, ao mesmo tempo que tece conexões com os filmes anteriores.

Nesta etapa, o filme adentra os anos 80, explorando uma Hollywood vibrante de sonhos, porém ameaçada por convulsões sociais e violência. Aqui, a ex-atriz pornô Maxine busca acelerar sua ascensão ao estrelato. Confidente e madura após sobreviver ao massacre em uma fazenda onde seus amigos foram mortos por Pearl e Howard, ela está determinada a alcançar uma vida de independência e segurança, repleta de desafios.

Seu sonho de se tornar uma atriz famosa é motivado não pela fama superficial, mas pela busca por realização pessoal. Quando é escolhida para estrelar a sequência de um famoso filme de terror, Maxine parece estar trilhando o caminho certo. No entanto, sua jornada é complicada pela perseguição de um detetive particular canastrão, interpretado por Kevin Bacon, cujo cliente misterioso alega conhecer seu passado obscuro. Além disso, pessoas próximas à atriz enfrentam ataques violentos.

Um dos aspectos fascinantes da trilogia "X" é sua coragem em se reinventar dentro da estrutura narrativa. Enquanto West explorou o slasher e o suspense/drama psicológico nos filmes anteriores, desta vez adota um ritmo distinto, voltado para o suspense investigativo com nuances do cinema noir. O enredo desenrola-se com uma série de crimes, mistérios em torno do assassino e suas motivações, ecoando clássicos como Do Inferno, de 2001, sobre Jack, o Estripador. West afasta-se de suas habituais alusões e referências, oferecendo uma perspectiva renovada a cada capítulo da saga.

No entanto, o filme não alcança o impacto desejado. Apesar da dinâmica diferenciada, alguns momentos não convencem, especialmente devido às performances esquecíveis dos detetives interpretados por Michelle Monaghan e Bobby Cannavale. O suspense em si, que tenta desconcertar o espectador com manchetes sobre um assassino inspirado em eventos reais, acaba por tornar-se previsível. Ao longo da obra, a relação profunda entre o perseguidor de Maxine e ela mesma se torna evidente, reduzindo o impacto do clímax, que é resolvido apressadamente e perde profundidade narrativa.

Apesar da atuação variável do elenco, tanto em termos de interpretação quanto de desenvolvimento dos personagens, Mia Goth mais uma vez se destaca. Sua habilidade em transformar-se ao longo da trilogia, oferecendo performances sólidas e carismáticas, demonstra sua sensibilidade e talento. Maxine emerge como uma "final girl" distinta do convencional, uma figura de força firme e determinada desde o início da trama.

A ambientação também é um belo presente porque desempenha um papel crucial, quase como um personagem próprio, com uma estética que transporta o público para aquela época e aborda os aspectos sócio-culturais predominantes. Agora é esperar para saber se este realmente é o fim, ou, conforme o cineasta West disse, um quarto trabalho possa ser apresentado.

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