Frankenstein de Mary Shelley (1994)
por Giovani Zanirati
Frankenstein de Mary Shelley (1994)
Direção: Kenneth Branagh
Roteiro: Frank Darabont
País: Estados Unidos
Nota:08/10
Direção: Kenneth Branagh
Roteiro: Frank Darabont
País: Estados Unidos
Nota:08/10
Em 1818, a romancista Mary Shelley fascinou o mundo da literatura com sua obra mais célebre, "Frankenstein ou o Prometeu Moderno". Na trama de horror e ficção científica, o cientista Victor Frankenstein, através da eletricidade, confere vida a um ser morto. Contudo, atormentado pelo remorso, ele abandona sua criação.
Ao longo de mais de duzentos anos desde sua primeira publicação, a obra continua a cativar amantes da literatura e transcende os limites dos livros, alcançando diversos públicos através de adaptações para cinema, desenhos, video-games e festas a fantasia.
No entanto, foram as versões cinematográficas da década de 1930 que elevaram a imagem do personagem além da própria narrativa original de Shelley. Os filmes da Universal Pictures, dirigidos por James Whale e estrelado por Boris Karloff como a criatura, marcaram época no cinema de terror, embora tenham se distanciado consideravelmente da concepção original da autora.
Dessa forma, muitos reconhecem a figura do "monstro" sem necessariamente conhecer sua origem. O próprio nome Frankenstein é atribuído a criatura ao invés do cientista, um fenômeno reforçado pela auto-referência no filme "A Noiva de Frankenstein" (1935).
Porém, em 1994 uma adaptação mais fiel ao romance de Shelley foi realizada sob a direção de Kenneth Branagh ( que também atua como Victor), com roteiro de Frank Darabont.
Na trama, após o falecimento de sua mãe, o cientista Victor Frankenstein se entrega à obsessão de desafiar a morte. Durante anos, ele se distancia de sua família e amigos para concluir os controversos estudos de seu professor. Após o trágico assassinato deste último, Victor utiliza o corpo do executor, que fora enforcado, e o cérebro de seu mestre para dar vida a uma nova criatura.
No entanto, após alcançar seu grande feito, o cientista é consumido por um senso repentino de consciência e manifesta profundo arrependimento. Enquanto isso, a criatura é deixada para enfrentar o mundo sozinha, confrontando o ódio e o medo das pessoas ao seu redor. A construção social fez com que ela buscasse vingança ao criador ( que retorna à sua cidade natal com o propósito de se casar com Elisabeth).
Este filme capturou mais detalhadamente a complexidade dos personagens e a profundidade das questões sociais, científicas, morais e religiosas exploradas pela autora. Além disso, apresenta a mesma atmosfera sombria e gótica, ambientando-se na Europa do século XIX.
O grande destaque fica por conta de criador e criatura. Branagh infunde um cientista com uma mistura de ambição desmedida e angústia moral, retratando-o não apenas como um cientista obstinado, mas também como um homem atormentado pelos resultados.
A interpretação de Robert De Niro como o monstro proporcionou uma nova camada de profundidade ao papel, destacando-se pela reflexão sobre temas como a ambição desenfreada, o arrependimento e a solidão. A criatura é apresentada não apenas como um monstro físico, mas como uma alma solitária em busca de aceitação e compreensão em um mundo que o vê como uma aberração. É notável como o filme explora o desenvolvimento dele especialmente em sua evolução emocional ao desenvolver afeição por uma família humilde. São momentos comoventes que proporcionam uma reflexão profunda sobre a natureza do monstro.
Em suma, um filme de grande impacto, marcado pela sua profundidade emocional. Branagh consegue equilibrar com maestria fidelidade ao texto e qualidade cinematográfica, proporcionando uma experiência rica em reflexão e entretenimento. Existem boas referências aos filmes clássicos, como a presença de Elizabeth, brilhantemente interpretada por Helena Carter, como "A Noiva de Frankenstein" na reta final da película.
Ao longo de mais de duzentos anos desde sua primeira publicação, a obra continua a cativar amantes da literatura e transcende os limites dos livros, alcançando diversos públicos através de adaptações para cinema, desenhos, video-games e festas a fantasia.
No entanto, foram as versões cinematográficas da década de 1930 que elevaram a imagem do personagem além da própria narrativa original de Shelley. Os filmes da Universal Pictures, dirigidos por James Whale e estrelado por Boris Karloff como a criatura, marcaram época no cinema de terror, embora tenham se distanciado consideravelmente da concepção original da autora.
Dessa forma, muitos reconhecem a figura do "monstro" sem necessariamente conhecer sua origem. O próprio nome Frankenstein é atribuído a criatura ao invés do cientista, um fenômeno reforçado pela auto-referência no filme "A Noiva de Frankenstein" (1935).
Porém, em 1994 uma adaptação mais fiel ao romance de Shelley foi realizada sob a direção de Kenneth Branagh ( que também atua como Victor), com roteiro de Frank Darabont.
Na trama, após o falecimento de sua mãe, o cientista Victor Frankenstein se entrega à obsessão de desafiar a morte. Durante anos, ele se distancia de sua família e amigos para concluir os controversos estudos de seu professor. Após o trágico assassinato deste último, Victor utiliza o corpo do executor, que fora enforcado, e o cérebro de seu mestre para dar vida a uma nova criatura.
No entanto, após alcançar seu grande feito, o cientista é consumido por um senso repentino de consciência e manifesta profundo arrependimento. Enquanto isso, a criatura é deixada para enfrentar o mundo sozinha, confrontando o ódio e o medo das pessoas ao seu redor. A construção social fez com que ela buscasse vingança ao criador ( que retorna à sua cidade natal com o propósito de se casar com Elisabeth).
Este filme capturou mais detalhadamente a complexidade dos personagens e a profundidade das questões sociais, científicas, morais e religiosas exploradas pela autora. Além disso, apresenta a mesma atmosfera sombria e gótica, ambientando-se na Europa do século XIX.
O grande destaque fica por conta de criador e criatura. Branagh infunde um cientista com uma mistura de ambição desmedida e angústia moral, retratando-o não apenas como um cientista obstinado, mas também como um homem atormentado pelos resultados.
A interpretação de Robert De Niro como o monstro proporcionou uma nova camada de profundidade ao papel, destacando-se pela reflexão sobre temas como a ambição desenfreada, o arrependimento e a solidão. A criatura é apresentada não apenas como um monstro físico, mas como uma alma solitária em busca de aceitação e compreensão em um mundo que o vê como uma aberração. É notável como o filme explora o desenvolvimento dele especialmente em sua evolução emocional ao desenvolver afeição por uma família humilde. São momentos comoventes que proporcionam uma reflexão profunda sobre a natureza do monstro.
Em suma, um filme de grande impacto, marcado pela sua profundidade emocional. Branagh consegue equilibrar com maestria fidelidade ao texto e qualidade cinematográfica, proporcionando uma experiência rica em reflexão e entretenimento. Existem boas referências aos filmes clássicos, como a presença de Elizabeth, brilhantemente interpretada por Helena Carter, como "A Noiva de Frankenstein" na reta final da película.
Algumas visões negativas, no entanto, apontam que o trabalho do cineasta é caricato e brega ao tentar ser poético. A própria atuação de Branagh é questionada negativamente. Por fim, essas obras continuam a ecoar ao longo do tempo, não apenas como exemplos de adaptações cinematográficas bem-sucedidas, mas também como testamentos duradouros ao poder e à ressonância das histórias clássicas na cultura contemporânea.
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