Frankenstein (1931)
por Giovani Zanirati
Frankenstein (1931)
Direção: James Whale
Roteiro: Garrett Fort, Francis Edward Faragoh
PaÃs: Estados Unidos
Roteiro: Garrett Fort, Francis Edward Faragoh
PaÃs: Estados Unidos
Nota: 08/10
Em 1818, a proeminente romancista Mary Shelley deu vida a uma das obras mais reverenciadas de todos os tempos: Frankenstein ou o Prometeu Moderno. Este romance, uma mistura única de gótico e ficção cientÃfica, desenrola-se numa narrativa horripilante e dramática que ressoa através das eras, mantendo-se como um portal aberto para discussões sobre ciência e sociedade.
Ao longo dos anos, o livro inspirou inúmeras adaptações teatrais, cinematográficas, em histórias em quadrinhos e animações. No entanto, foi a adaptação cinematográfica de James Whale, juntamente com a magistral atuação de um ator inglês de 44 anos, que transformou esta história em um marco da humanidade. A representação visual da criatura, concebida pela mente de Shelley, tornou-se uma das imagens mais emblemáticas em todo o mundo.
O filme surgiu no inÃcio dos anos 30, um perÃodo crucial para o cinema sonoro, que dava seus primeiros e importantes passos. Este perÃodo também marcou um ponto crucial para o gênero do terror, enraizado desde a era do expressionismo alemão e personificado por clássicos como "O Gabinete do Dr. Caligari" (1920) e "Nosferatu" (1922).
O gênero começou a ganhar uma nova dimensão com a Universal Pictures, que se tornou responsável por clássicos envolvendo "monstros", incluindo não só "Frankenstein", mas também adaptações de "Drácula", "Homem-InvisÃvel" e "Lobisomem".
Muitos desses filmes alcançaram um status intocável na história do cinema, sendo reverenciados como "obras sem defeitos". Será? Acredito que alguns filmes que conquistaram o imaginário de cult podem ser medianos. No entanto, "Frankenstein" se destaca não apenas como um clássico indiscutÃvel, mas como um filme de qualidade, capaz de explorar os múltiplos aspectos do terror de forma envolvente.
Na trama, o cientista Henry Frankenstein (não Victor, como no livro), interpretado por Colin Clive, busca criar uma vida artificial. Com a ajuda de seu assistente, Fritz (Dwight Frye), ele obtém cadáveres para a composição de sua criatura. Contudo, um erro leva o assistente a fornecer ao mestre o cérebro de um criminoso, conferindo à criatura uma personalidade tumultuada.
Embora o enredo desvie significativamente do romance original de Shelley, concentrando-se na adaptação teatral de Peggy Webling, ainda assim mantém a essência da busca humana pela criação e suas consequências.
O filme enfrenta alguns desafios, como atuações monótonas e relacionamentos familiares pouco convincentes, especialmente na primeira parte.
No entanto, após o nascimento da criatura, o filme alcança seu ápice. Ganha uma aura de suspense psicológico, com a direção habilidosa de Whale criando um clima de mistério em torno das ações da criatura, especialmente no encontro perturbador com a inocente Maria (Marilyn Harris).
O horror é sugerido de forma engenhosa, explorando os abismos da psique humana. A perseguição final, onde uma população enfurecida, inicialmente justificada em sua ira, caça a criatura, é um ponto de destaque do filme, com tomadas e edição excelentes.
A estética do filme exibe excelência, remetendo ao expressionismo alemão, mas o verdadeiro ponto alto é a performance de Boris Karloff. Sob uma maquiagem impressionante, sua atuação é monumental, evocando uma sensação de inquietação e angústia que transcende a própria obra, estabelecendo-o como um Ãcone do gênero. Após "Frankenstein", Karloff protagonizou dezenas de filmes, tornando-se intrinsecamente associado ao terror cinematográfico.
Ao longo dos anos, o livro inspirou inúmeras adaptações teatrais, cinematográficas, em histórias em quadrinhos e animações. No entanto, foi a adaptação cinematográfica de James Whale, juntamente com a magistral atuação de um ator inglês de 44 anos, que transformou esta história em um marco da humanidade. A representação visual da criatura, concebida pela mente de Shelley, tornou-se uma das imagens mais emblemáticas em todo o mundo.
O filme surgiu no inÃcio dos anos 30, um perÃodo crucial para o cinema sonoro, que dava seus primeiros e importantes passos. Este perÃodo também marcou um ponto crucial para o gênero do terror, enraizado desde a era do expressionismo alemão e personificado por clássicos como "O Gabinete do Dr. Caligari" (1920) e "Nosferatu" (1922).
O gênero começou a ganhar uma nova dimensão com a Universal Pictures, que se tornou responsável por clássicos envolvendo "monstros", incluindo não só "Frankenstein", mas também adaptações de "Drácula", "Homem-InvisÃvel" e "Lobisomem".
Muitos desses filmes alcançaram um status intocável na história do cinema, sendo reverenciados como "obras sem defeitos". Será? Acredito que alguns filmes que conquistaram o imaginário de cult podem ser medianos. No entanto, "Frankenstein" se destaca não apenas como um clássico indiscutÃvel, mas como um filme de qualidade, capaz de explorar os múltiplos aspectos do terror de forma envolvente.
Na trama, o cientista Henry Frankenstein (não Victor, como no livro), interpretado por Colin Clive, busca criar uma vida artificial. Com a ajuda de seu assistente, Fritz (Dwight Frye), ele obtém cadáveres para a composição de sua criatura. Contudo, um erro leva o assistente a fornecer ao mestre o cérebro de um criminoso, conferindo à criatura uma personalidade tumultuada.
Embora o enredo desvie significativamente do romance original de Shelley, concentrando-se na adaptação teatral de Peggy Webling, ainda assim mantém a essência da busca humana pela criação e suas consequências.
O filme enfrenta alguns desafios, como atuações monótonas e relacionamentos familiares pouco convincentes, especialmente na primeira parte.
No entanto, após o nascimento da criatura, o filme alcança seu ápice. Ganha uma aura de suspense psicológico, com a direção habilidosa de Whale criando um clima de mistério em torno das ações da criatura, especialmente no encontro perturbador com a inocente Maria (Marilyn Harris).
O horror é sugerido de forma engenhosa, explorando os abismos da psique humana. A perseguição final, onde uma população enfurecida, inicialmente justificada em sua ira, caça a criatura, é um ponto de destaque do filme, com tomadas e edição excelentes.
A estética do filme exibe excelência, remetendo ao expressionismo alemão, mas o verdadeiro ponto alto é a performance de Boris Karloff. Sob uma maquiagem impressionante, sua atuação é monumental, evocando uma sensação de inquietação e angústia que transcende a própria obra, estabelecendo-o como um Ãcone do gênero. Após "Frankenstein", Karloff protagonizou dezenas de filmes, tornando-se intrinsecamente associado ao terror cinematográfico.
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