Drácula de Bram Stoker (1897)
por Giovani Zanirati
Autor: Bram Stoker
País: Inglaterra
Editora no Brasil: Darkside
Páginas: 580
Nota: 10/10
Na epistolar obra de 1897, o advogado britânico Jonathan Harker encontra o conde Drácula, na Transilvânia, para acertar um acordo imobiliário, no final do século XIX. Desde o início, o cenário parece inquietante quando os moradores locais tentam dissuadir Harker de adentrar o castelo de Drácula.
"Drácula", do autor irlandês Bram Stoker, não foi pioneiro na temática dos vampiros, contudo conseguiu de forma notável construir uma poderosa narrativa que se tornou referência nas artes literárias, teatrais e cinematográficas.
Entretanto, a recepção inicial não foi calorosa e o reconhecimento levou tempo.
Contudo, antes mesmo da repercussão positiva do trabalho de seu filho, a mãe do autor, Charlotte Stoker, destacou que desde "Frankenstein", de Mary Shelley, nenhum outro livro se equiparava em originalidade e horror.
Assim, a obra conseguiu expandir as principais características associadas ao monstro. Em outras palavras, praticamente tudo o que conhecemos sobre a mitologia dos vampiros teve uma contribuição significativa de Bram Stoker.
A principal qualidade da obra reside na forma assombrosa como Stoker oculta seu antagonista. Após um início macabro, quando Harker observa as ações sinistras de Drácula, a narrativa passa a contextualizar o sofrimento de Lucy.
Enquanto as figuras masculinas, lideradas por Van Helsing, buscam solucionar o mal, a situação da jovem se deteriora. O vampiro é o catalisador do caos, revelando-se oculto, porém onipresente.
Os personagens são magníficos, imbuídos de intensas emoções e meticulosamente contextualizados, alimentados por desespero, medo e esperança, numa clara batalha entre o bem e o mal.
Os destaques primordiais, no entanto, são Mina Harker e Van Helsing. Desde o início, Mina é retratada como uma mulher aparentemente frágil e emocionalmente dependente de seu marido, Jonathan Harker.
Naturalmente, uma das críticas negativas recai sobre o contexto dos papéis de homem e mulher na sociedade apresentados na obra. O homem é caracterizado como um indivíduo racional e forte, enquanto a mulher é retratada como emocional e frágil. Além disso, o contexto colonialista também é explorado, retratando qualquer pessoa fora do âmbito europeu como selvagem.
No entanto, é importante ressaltar que esses elementos refletem o contexto da época vitoriana, na qual Bram Stoker estava inserido.
Retornando à personagem de Mina, sua evolução é notável, tornando-se o principal pilar na batalha contra Drácula, enquanto o cientista Van Helsing personifica o conhecimento, a sabedoria e até mesmo o humor sarcástico em algumas ocasiões.
Ao longo dos anos, a obra de Bram Stoker, como mencionado, solidificou-se como referência em diversas formas de expressão artística. No cinema, por exemplo, gerou inúmeras adaptações cinematográficas, consagrando atores como Max Schreck, Béla Lugosi, Christopher Lee e Gary Oldman.
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