O Mal que nos Habita (2023)
Um terror revolucionário
O Mal que nos Habita (2023)
Direção: Demián Rugna
Roteiro: Demián Rugna
País: Argentina
Nota: 9,5/10
Considerado um dos melhores de terror de 2023, o filme conquistou um grande público ao repaginar o gênero, com um trabalho próximo do revolucionário. A obra finalmente chegou aos cinemas brasileiros, abrindo a possibilidade de abraçar novos fãs.
Em uma zona rural, os irmãos Pedro e Jaime descobrem que um vizinho, Uriel, está possuído. Para evitar que esse mal se espalhe, os dois com a ajuda de um fazendeiro decidem descartar o corpo apodrecido, e vivo, de Uriel, em outra região. É o início do inferno.
Esse pesadelo narrativo, brilhantemente dirigido por Demián Rugna, apresenta um terror convincente, tanto em termos visuais quanto psicológicos. A própria imagem de Uriel possuído é surreal, devido a excelente maquiagem, algo diferente de personagens possuídos dos clássicos filmes do gênero.
O roteiro não é complexo, mas consegue ser ousado e criativo ao construir a própria identidade. Existe, também, boas alegorias a Covid-19 e uma perspectiva sociopolítica.
A violência gráfica impressiona e são pelo menos três cenas intensas e chocantes, que ficarão por muito tempo na memória das pessoas. Contudo, aparentemente, nos últimos minutos faltaram a mesma qualidade orgânica de boa parte da obra.
As atuações são ótimas, onde é possível compreender as decisões desesperadas dos protagonistas.
O cenário rural, a trilha sonora, a fotografia e o final melancólico e com ausência de esperança elevam poderosamente o nível do filme.
"O Mal que nos Habita" serve para repaginar o estilo após anos, principalmente pós - Exorcista (1973), com obras genéricas. É possível que, com passar dos anos, o filme de Rugna sirva de referência para inúmeros cineastas.
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