Crítica/ The Flash (2023)
Direção: Andy Muschietti
Roteiro: Christina Hodson, Joby Harold
Disponível: HBO Max
Nota: 06/ 10
O aguardado filme do Velocista Escarlate, um dos personagens
mais carismáticos da DC Comics, merecia
um ambiente mais sólido. Mas, devido a vários problemas, a presença sola do “The Flash” nos cinemas representa (mais)
um marco simplório e esquecível do medíocre Universo Estendido da DC.
É importante mencionar: a ideia de unificar os filmes não deu certa. Entre altos e baixos, o legado é uma grande confusão.
“The Flash” se apresenta em meio a um período de transição; além disso, a própria produção do filme foi marcada pela polêmica, principalmente pelas questões pessoais do ator Ezra Miller.
A presente história,
levemente baseada na hq Flashpoint (2011), mostra o drama de
Barry Allen (Ezra Miller) diante a
saudade da falecida mãe, Nora, e a indignação pela injusta prisão do pai –
acusado de assassinar a esposa, quando Allen era criança.
Ao descobrir que tem o poder e a oportunidade de reverter essa situação, Barry volta no tempo e consegue impedir a morte da mãe, o que quebra o multiverso e muda drasticamente o curso dessa nova linha do tempo.
Posteriormente, ao tentar retornar para a realidade, o velocista fica preso, onde encontra a sua versão de 18 anos e seus pais vivos e felizes.
Contudo, o herói
percebe que esse universo está diferente, em um cenário
pré-apocalíptico, com o retorno do antigo inimigo do Superman, o General Zod (Michael Shanon), que pretendia aniquilar a
Terra, com uma invasão kryptoniana.
Sem os principais
heróis (Superman, Mulher-Maravilha, Ciborgue e Aquamen) nessa versão, os dois Barrys buscam alternativas para
solucionar esse terrível impasse.
Desde o início, o filme tenta transitar do humor (quase pastelão) para o drama, com inúmeras costuras nostálgicas para os fãs. Porém, a meu ver, são poucos os momentos eloquentes da obra.
Se o encontro entre os Barrys se apresenta de forma orgânica e compreensível, rapidamente se torna cansativo, principalmente pela atuação exagerada de Miller, em sua versão mais nova.
As insistentes piadas conseguem no máximo arrancar alguns sorrisos; e, neste caso, ofuscam o peso dramático da história.
O filme ganha estofo quando o Batman (Michael Keaton) entra em cena. Ele, na verdade, consegue ser o coadjuvante de brilho e rouba as cenas. É impressionante o poder que o personagem construiu ao longo das décadas. É como se DC fosse totalmente refém da presença do Cavaleiro de Gotham.
Ou seja, além de reconhecer o valor de Keaton (muito a vontade em reprisar o papel), o destaque ao Homem-Morcego demonstra que o foco do filme perdia em potencialidade.
A própria Supergirl (Sasha Calle), que no trailer parecia ter maior relevância, se torna uma figura pouca atrativa.
Após conseguir unir a
equipe para o confronto final, o filme estava saturado. Dessa forma, foi
difícil acompanhar o clímax com qualquer tipo de entusiasmo, considerando a
dimensão que a batalha supostamente representava.
"The Flash" é, na minha
concepção, uma experiência cinematográfica que serve de resumo do que foi Universo
da DC. Uma avalanche de altos e baixos e pouquíssimo poder de convencimento em
relação a sua proposta.
Que James Gunn salve esse universo.
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