Frankenstein, de Mary Shelley- um clássico da literatura mundial.

Frankenstein, de Mary Shelley-um clássico da literatura mundial.

por Giovani Zanirati




Livro: Frankenstein ou o Prometeu Moderno (1818)
Autora: Mary Shelley
País: Reino Unido
Nota: 10/10


O livro "Frankenstein ou o Prometeu Moderno" (1818), escrito pela romancista Mary Shelley (1797-1851), é um romance gótico e de ficção científica. Uma história horripilante e dramática, que transcende o tempo e mantêm as portas abertas para debates sobre a ciência e o social.

Além disso, apresenta uma das figuras mais conhecidas do mundo, o "monstro" Frankenstein.

Nascida em Londres, Shelley é filha da escritora protofeminista Mary Wollstonecraft e do filósofo William Godwin. Ou seja, desde cedo, esteve inserida em um ambiente intelectual.

O caso do seu trabalho mais importante ocorreu a partir de 1816 em Genebra (Suíça) quando estava acompanhada do namorado (Percy Shelley), da irmã, do famoso poeta do movimento romântico, Lordy Byron (1798-1824), e John Polidori (poeta).

No ócio, o grupo debateu sobre inúmeros temas. Ocorreu um desafio, onde cada um deveria inventar uma história de terror. 

A ideia somada as descobertas e os estudos da época, como a evolução das espécies, contribuiu para Shelley desenvolver sua épica obra, "Frankenstein ou o Prometeu Moderno". 

Importante citar: Prometeu foi uma figura importante da mitologia grega. Conforme a lenda, ele foi um titã, que roubou o fogo dos deuses e entregou aos humanos. O significado do mito será citado ao longo do texto.

Frankenstein é um clássico da literatura mundial. Ao longo dos anos, surgiram inúmeras adaptações para o teatro, o cinema e às séries de televisão. O trabalho da autora tornou-se multifacetado.
A adaptação mais conhecida, que contribuiu para imortalizar o personagem, foi o filme, da Universal Studios, com Boris Karloff no papel da criatura, em 1931.



Ciência e horror: os limites da ganância humana.

Na história, após anos de estudos, o objetivo do cientista Victor Frankenstein, um homem do século XVIII, é utilizar a ciência para gerar a vida em corpos inanimados em um enfrentamento a natureza e as crenças religiosas.

Frankenstein estava convicto a ser o único capaz de descobrir uma nova forma de gerar a vida.

Ele, de fato, consegue obter exido e cria um novo ser com pedaços de corpos costurados. Ele gerou a vida.

Sendo assim, é possível realizar a referência com a figura mitológica de Prometeu.

O Titã, conforme exposto anteriormente, roubou o fogo dos deuses e entregou aos humanos. O controle do fogo seria um dom que os humanos não teriam o direito de aderir. Uma arma que representa o conhecimento, uma extraordinária arma para a evolução.

Porém, como os outros animais receberam vastas qualidades, Prometeu decidiu entregar o fogo para que os humanos pudessem obter alguma vantagem em relação as demais espécies do planeta.

Prometeu foi severamente punido por Zeus. Os humanos, segundo a concepção divina, poderiam usar o esse dom tanto para o bem quanto para o mal. Essa é a relação com Victor, que descobriu o dom de gerar a vida.

Após o "sucesso" obtido, Victor Frankenstein decide afastar-se da própria criação. A aparência repugnante da nova forma de vida teria assustado o próprio criador. A criatura fica solitária e sem noção do seu papel na terra.

Dessa forma, totalmente afastada dos padrões culturais e sociais da sociedade, representa questões sociais discutidas por filósofos contratualistas como Thomas Hobbes (1588-1651) e Jean-Jacques Rousseu (1712- 1788). O indivíduo nasce bom e a sociedade o corrompe?

A criatura em seu estado puro procura a paz e o mínimo de dignidade e calor humano. Ela busca entregar algo para ser recompensada, mas sofre com o preconceito, a violência e o ódio das pessoas.

Por consequência, diferente do personagem imortalizado por Karllof, a criatura não é um ser de pouca inteligência. Muito pelo contrário. Ela apresenta camadas e, aos poucos, se constrói socialmente e, por fim, percebe as injustiças da sociedade.

Após ser criada e ignorada pelo criador e, posteriormente, massacrada pela maldade humana, a criatura passa, então, a perseguir Victor Frankenstein como vingança. Os papéis se invertem. Frankenstein, que procurou criar a vida, luta desesperadamente para se livrar da própria criação.
 
É possível sentir ódio e/ou pena de Victor e/ou da criatura. Mas isso vai depender do caminho que o leitor acredita que cada personagem poderia percorrer ao longo dessa incrível e clássica jornada.

Essa verdadeira obra-prima apresenta, por uma leitura fantástica, o embate entre criador e criatura, sem deixar de contextualizar o universo em torno dos personagens, que contribui para a sensibilização.


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