Evil Dead- A Ascensão do Demônio (2023)

Evil Dead- A Ascensão do Demônio (2023)


por Giovani Zanirati




Evil Dead: A Ascensão do Demônio (2023)
Direção e roteiro: Lee Cronin
País: Estados Unidos
Disponível: HBO Max
Nota: 08/10


No dia 20 de abril (2023) estreou o novo filme da franquia Evil Dead, um dos grandes do terror de todos os tempos, com mais de 40 anos de história. A franquia iniciou seus trabalhos em 1981 e, desde então, apresenta uma trilogia, um remake (2013) e, por fim, uma série de televisão (uma sequência dos filmes iniciais), com três temporadas (2015-2018).

Além de revelar ao mundo o cineasta Sam Raimi, que futuramente seria responsável pela trilogia do Homem-Aranha (2002-2007), e o ator Bruce Cambpell, que imortalizou o personagem Ash Williamns, Evil Dead conquistou o público e a crítica. O terror de Raimi, marcado pela extrema violência, gore e, também, o humor ácido, representa um marco à sétima arte.

Na história inicial, "Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio", de 1981, Ash e seus amigos decidem acampar em uma cabana, no meio da floresta. O grupo encontra o Livro dos Mortos e, acidentalmente, desperta terríveis demônios da floresta.

Para os mais antigos, ou seja, a turma da minha geração, este filme é um clássico do "Cine Sinistro", antigo programa de filmes de terror, da Band. As sequências e o remake abordam basicamente este cenário, com exceção da parte 3 (1992), onde Ash volta ao passado e enfrenta demônios na Idade Média.

A Ascensão do Demônio conserva a essência da franquia.

O novo filme da franquia, sob o comando do cineasta Lee Cronin, responsável por "O Bosque Maldito" (2019), consegue entregar o que prometeu: o exagero na simplicidade.

Ou seja, um roteiro básico, sem maiores camadas, mas com muita violência e gore. Ademais, em algumas oportunidades, se esforça em oferecer um pouco de humor.

Por mais que os fãs possam considerá-lo inferior ao clássico, é necessário reconhecer a essência mantida do projeto.

Porém, mesmo diante pequenas referências a franquia clássica, como a escolha visual no início da história, quando a câmera assume o papel numa verdadeira dança macabra, o filme tenta seguir seu próprio caminho. O plano de utilizar a cidade grande ao invés do campo, por exemplo, representa uma adaptação inteligente ao atual cenário.
O filme de Cronin ainda busca desenvolver o drama familiar, que envolve uma mãe (Ellie) e seus três filhos e um prédio perto de ser demolido. Eles recebem a visita da irmã de Ellie, Beth, e, de forma simples e convincente, como ocorrera em outras oportunidades na franquia, progride até ao cenário perturbador.
A violência gráfica e a caracterização de Ellie, primeira vítima possuída, constrói um cenário de pavor e desespero, mas não é todo o elenco que consegue reagir de forma qualificada a tamanho desespero. O destaque, a meu ver, fica para a pequena Kassie, que consegue entregar momentos de ansiedade e, também, diversão.

Contudo, ao aproximar-se do final, o filme apela à nostalgia e, dessa forma, perde o encanto.

Dependendo do gosto de cada fã, a concepção vai diferir, principalmente quando Beth utiliza a motosserra, clássica arma de Ash, para enfrentar o mal. Particularmente, considero um fanservice em excesso e, assim, desnecessário.

"A Ascensão do Demônio" está longe de ser um filme inesquecível.

É possível que os mais novos vão reagir sem grande entusiasmo, por se tratar de mais um filme do gênero.

Por consequência, considero um filme para os fãs. Eles, que compraram o trabalho de Sam Raimi, certamente vão aproveitar o novo trabalho, que consegue de forma digna manter uma qualidade ímpar em Evil Dead: não existe material ruim.



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